25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2477-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS E AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS EM AMOSTRAS DE URINA DE PACIENTES ATENDIDOS EM HOSPITAL PÚBLICO.

Dimas Maranho (Laboratório Clínico); Ariovaldo Cristóvão Antonio Freitas (Laboratório Clínico); Solange Pessoa Meira (Laboratório Clínico)

Resumo

Introdução: A cultura de amostras de urina representa grande parte dos exames realizados pelos laboratórios de microbiologia. O conhecimento dos principais agentes etiológicos causadores de infecção, bem como a avaliação da resistência aos antimicrobianos são fundamentais ao tratamento de pacientes e ao controle de infecção hospitalar.

Material e métodos: Foram analisados os registros de urocultura e antibiograma do Laboratório de Microbiologia do Centro Médico da Polícia Militar do Estado de São Paulo no período de 2005 a 2008 e considerou-se o total de amostras, positividade, pacientes hospitalizados e ambulatoriais, microrganismos isolados e resistência bacteriana.

Discussão dos resultados: As amostras positivas representaram 17% (967) do total de exames (5.728) e em 5% (53) dessas amostras foram isolados dois microrganismos. Trinta e dois por cento dos pacientes estavam internados (305) e 68% (662) foram atendidos no ambulatório ou serviço de urgência. Nas amostras de pacientes nosocomiais, isolou-se 342 microrganismos e houve predomínio de Pseudomonas aeruginosa 25% (87), Enterobacter spp. 20% (67) e Escherichia coli 17% (59). Em amostras positivas de pacientes ambulatoriais, foram isolados 678 microrganismos, entre os quais predominaram Escherichia coli 47% (321) e Enterobacter spp. 13% (95). Cinqüenta e um por cento das cepas de Pseudomonas aeruginosa e 83% (10/12) das cepas de Acinetobacter baumannii, isoladas em amostras de pacientes internados, foram resistentes aos carbapenemas. Vinte e quatro por cento das cepas do gênero Enterobacter, isoladas de amostras desses pacientes, foram sensíveis apenas aos carbapenemas e, em algumas exceções, às cefalosporinas de 4ª geração. Em todos os casos onde houve resistência de não fermentadores aos carbapenemas, a partir de amostras ambulatoriais, os pacientes haviam sido recentemente internados ou já possuíam antibiograma com histórico de resistência. A mesma consideração deve ser feita às prováveis cepas de Enterobacter spp. produtoras de betalactamase induzível. Conclusões: A prescrição racional de antimicrobianos, sobretudo aos pacientes hospitalizados e portadores de cepas multirresistentes, depende de uma boa avaliação do microbiologista e informação ao clínico. O estudo também demonstrou a importância de se estabelecer programas de educação continuada relativos à coleta de urina de pacientes internados.  


Palavras-chave:  Antibiograma, Cultura, Urina, Resistência aos antimicrobianos