25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2462-1


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

UTILIZAÇÃO DE CARVÃO ATIVO E POLÍMERO VEGETAL PARA DESTOXIFICAÇÃO DO HIDROLISADO HEMICELULÓSICO DE BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR VISANDO SEU EMPREGO EM BIOPROCESSOS

Rozelle Campos Corrêa (UNITAU); Priscila Vaz de Arruda (EEL/USP); Maria das Graças de Almeida Felipe (EEL/USP)

Resumo

Introdução: A utilização de biomassas vegetais como fonte de matéria-prima para a produção biotecnológica de novos produtos vem despertando grande interesse devido a abundância e caráter renovável deste material além da presença de diferentes açúcares em suas frações celulósica e hemicelulósica. Para o aproveitamento da biomassa vegetal é importante além de procedimentos de hidrólise eficazes para desconstrução da matriz polimérica a composição química dos hidrolisados já que estes podem conter não apenas açúcares, mas compostos tóxicos provenientes do procedimento de hidrólise. A hidrólise ácida é um dos procedimentos empregados para o fracionamento da biomassa e solubilização de seus açúcares constituintes, a qual contribui para liberação também de compostos tóxicos derivados de furano, ácidos orgânicos e principalmente compostos fenólicos. Estes últimos causam a perda da integridade da membrana biológica afetando a solubilidade de barreiras seletivas e matrizes enzimáticas sendo que a toxidade é dependente não apenas de suas concentrações no meio, mas da interação sinergistica entre eles. Objetivo: Avaliar a destoxificação do hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana obtido por hidrolise ácida contendo 5,973 g/l de fenóis totais, que foi destoxificado pelas metodologias a seguir: 1-Ajuste de pH do hidrolisado de 0,6 para 7,0 com CaO sob agitação e temperatura ambiente (23ºC) e após a filtração a vácuo o pH foi reduzido para 2,5 empregando H3PO4 seguido de nova centrifugação para adsorção por carvão vegetal ativado (1% p/v) sob agitação de 100 rpm 30 min. 60ºC; 2 -Empregou-se a condição anterior exceto que a adição de CaO ocorreu na temperatura de 60ºC e o carvão foi adicionado sem prévia filtração após a adição de CaO; 3 - Ajuste do pH inicial do hidrolisado de 0,6 para 8,0 com CaO e após centrifugação o hidrolisado foi submetido à floculação por polímero vegetal Bioclin, sob agitação de 200 rpm, 45 min., 45ºC seguido de filtração a vácuo; 4 -Empregou-se o procedimento anterior exceto quanto ao tipo de polímero que foi o Aquapol e o tempo e temperatura que foram de 15 min. e 25ºC respectivamente. A eficácia dos procedimentos de destoxificação quanto a redução de fenóis foi avaliada por espectrofotometria empregando-se a técnica de Folin Ciocateau. Resultados e Conclusões: Os tipos e condições de tratamento influenciaram na remoção de fenóis bem como na clarificação do hidrolisado. Verificou-se que a floculação por polímero vegetal proporcionou maior remoção de fenóis em comparação com adsorção com carvão ativado obtendo-se a maior remoção deste composto (65,7%) quando se empregou a metodologia 3. Novos ensaios estão em andamento para o estabelecimento de novas condições de utilização de polímero devido a que este se apresenta como um procedimento potencial tendo como característica importante seu baixo custo, fãcil manuseio e biodegradabilidade.


Palavras-chave:  Carvão Ativo, Polímero Vegetal, Destoxificação, Hidrolisado Hemicelulosico, Bioprocessos