25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2429-2


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

CARACTERIZAÇÃO DE FATORES DE VIRULÊNCIA EM AMOSTRAS DE ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE LAGOAS DO PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE, MINAS GERAIS.

Syomara Ker de Melo (UFOP); Carlos Augusto Rosa (UFMG); Maria Célia Silva Lanna (UFOP); Francisco Antônio Rodrigues Barbosa (UFMG); Cristina Roscoe Vianna (UFMG)

Resumo

As linhagens patogênicas de E. coli, causadoras de infecções intestinais, abrigam numerosos fatores de virulência localizados em cromossomos, plasmídeos ou DNAs de bacteriófagos. A patogenicidade das cepas de E. coli está relacionada ao impacto cumulativo de um ou vários fatores de virulência, os quais servem para diferenciar cepas patogênicas de não patogênicas. Além das linhagens comensais, várias grupos patogênicos distintos de E. coli diarreiogênicas são reconhecidos: E. coli enteropatogênica (EPEC), E. coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli enterohemorrágica ou Produtora de Toxina Shiga (EHEC/STEC), E. coli enteroinvasora (EIEC), E. coli enteroagregativa (EAEC), E. coli difusamente aderente (DAEC).

O objetivo deste trabalho foi determinar a freqüência de ocorrência e os fatores de virulência de amostras de Escherichia coli isoladas em lagoas do Parque Estadual do Rio Doce - MG (PERD - MG).

As coletas foram realizadas nas lagoas Carioca, Jacaré, Gambazinho e Dom Helvécio. A técnica de PCR foi utilizada para detecção dos genes de virulência stx1 e stx2 de EHEC, eae de EPEC e eltI  de ETEC. O gene stx2 foi detectado em cinco linhagens de E. coli ambas isoladas das lagoas Carioca e Jacaré. Nenhum dos 80 isolados de E. coli investigados apresentou o fragmento de DNA correspondente ao gene stx1. Para o gene eae e elt I, apenas os isolados E. coli 373 (C LT) e E. coli 58 (C LT) respectivamente, amplificaram o fragmento de gene de interesse. Pela técnica de aglutinação em lâmina 61,3% dos isolados de E. coli aglutinaram na presença de soro específico para EPEC clássica, 18,2% das linhagens aglutinaram para o sorotipo O157: H7 de EHEC e 20,5% aglutinaram na presença do soro específico de EIEC. Na caracterização fenotípica do sorotipo O157: H7, cinco isolados de E. coli ambientais não fermentaram o sorbitol e apenas dois não fermentaram a ramnose. A Técnica de Aglutinação em Lâmina, específica para determinados sorogrupos nem sempre correlaciona com a patogenicidade da linhagem e a discriminação de subgrupos de EPEC, ETEC, EHEC e EIEC requer a utilização de técnicas moleculares baseadas em genes de virulência.

Os dados obtidos no presente estudo podem contribuir para manter o equilíbrio dos ecossistemas estudados e ampliar o estudo da ecologia da espécie E. coli considerando o isolamento dos subtipos no meio ambiente.

 


Palavras-chave:  Escherichia coli, Escherichia coli diarreiogênica, Fatores de virulência