25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2418-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

PERFIL FENOTÍPICO E GENOTÍPICO DE AMOSTRAS DE STREPTOCOCCUS AGALACTIAE RESISTENTES A ERITROMICINA E CLINDAMICINA ISOLADAS DE HOSPITAIS DE CURITIBA

Jussara Kasuko Palmeiro (HC-UFPR); Rosângela S. L. de Almeida Torres (LACEN-PR); Sérgio E. L. Fracalanzza (IMPPG-UFRJ); Ana C. N. Botelho (IMPPG-UFRJ); Keite da Silva Nogueira (HC-UFPR); Mara Cristina Scheffer (HC-UFPR); Laura Lúcia Cogo (HC-UFPR); Adriane Ceschin Maestri (HC-UFPR); Dilair Camargo de Souza (HC-UFPR); Libera Maria Dalla Costa (HC-UFPR)

Resumo

Introdução: Altas taxas de resistência em S. agalactiae (EGB) a eritromicina e clindamicina não têm sido evidenciadas no Brasil. O objetivo deste trabalho foi determinar o perfil fenotípico e genotípico da resistência MLSB (macrolídeo-lincosamida-streptogramina B) em S. agalactiae. Materiais e métodos: Foram pesquisadas 190 amostras de EGB isoladas de pacientes atendidos no HC/UFPR e HNSG, no período de abril de 2006 a maio de 2008. A suscetibilidade a eritromicina e clindamicina foi determinada pelos métodos de disco difusão e diluição em ágar, conforme recomendações do CLSI. A pesquisa dos fenótipos de resistência MLSB foi realizada pelos métodos: fenotípico (dupla difusão em ágar) e genotípico (PCR). As amostras foram submetidas à sorotipagem por imunodifusão radical para nove sorotipos (Ia, Ib, II, III, IV, V, VI, VII e VIII). A variabilidade genética das amostras resistentes foi pesquisada através de PFGE. Discussão dos resultados: Das 190 amostras de EGB estudadas, apenas 4,7% (9/190) apresentaram resistência a eritromicina e clindamicina, sendo que todas apresentaram CIM >8µg/mL para os dois antimicrobianos, expressaram somente o fenótipo de resistência MLSB constitutivo e amplicaram para o gene ermB. A combinação de genes (ermA e ermB) ocorreu em seis das nove amostras resistentes. Os sorotipos encontrados foram II, IV, V e uma amostra não-tipável. Foram observados seis padrões de PFGE. Quatro amostras de mesmo sorotipo (V) mostraram-se altamente relacionadas, duas amostras de sorotipo II apresentaram-se clonais e as demais revelaram perfis eletroforéticos únicos. A resistência MLSB foi associada somente aos genes erm e houve total correlação entre fenótipo de resistência e mecanismo genético. A análise de PFGE indicou heterogeneidade genética, exceto para amostras de sorotipo V. Estudos têm demonstrado a predominância desse sorotipo entre isolados com resistência MLSB, além de revelarem uma disseminação clonal dessas linhagens. Conclusão: A taxa de resistência MLSB encontrada foi baixa quando comparada com países da América do Norte, Europa e Ásia, entretando têm sido observada, em outras regiões brasileiras, taxas similares as deste trabalho. O sorotipo V associado à resistência MLSB apresentou baixa variabilidade genética, já observada anteriormente por outros pesquisadores.


Palavras-chave:  Estreptococos do Grupo B, Resistência MLSb, Sorotipos, PFGE