25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2408-2


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

UTILIZAÇÃO DE COMPOSTOS AROMÁTICOS PELAS BACTÉRIAS HALOFÍLICAS MODERADAS HALOMONAS ORGANIVORANS E CHROMOHALOBACTER.

Francine Amaral Piubeli (FEA); Fernanda Franzoni Pescumo (FEA); Isis Serrano Silva (FEA); Cristiano Ragagnin Menezes (Ital); Lucia Regina Durrant (FEA)

Resumo

Ambientes salinos são constantemente contaminados por compostos orgânicos recalcitrantes oriundos de atividades industriais, exploração de petróleo e efluentes urbanos. Microrganismos halofílicos capazes de crescer nesses ambientes têm sido utilizados para a degradação de poluentes. Neste trabalho, foi avaliado o crescimento das bactérias halofílicas moderadas Halomonas organivorans e Chromohalobacter em quatro diferentes compostos, visando a sua posterior utilização em processos de biorremediação. Para isso, os microrganismos foram inoculados em 30 mL de meio Halofilic Growth Medium (HGM) com 10% de salinidade, suplementado com 0,1% de solução de vitaminas e 2,0 mM dos diferentes compostos monoaromaticos: ácido benzóico, ácido ρ-hidroxibenzóico, ácido salicílico e fenol. Os microrganismos foram incubados a 38,5ºC, nas respectivas fontes de carbono e sob agitação de 150 rev.min-1 por 15 dias. O crescimento das linhagens em presença dos diferentes compostos foi realizado através de leitura da absorbância a 600nm em um espectrofotômetro UV-1201 (Shimadzu). As linhagens que apresentaram crescimento satisfatório foram submetidas a um novo pré-inoculo. Seguindo o protocolo anteriormente mencionado, os frascos foram retirados do shaker um a cada cinco dias onde foram centrifugados por 10 min, a 9000 rev.min-1 e congelados a -20ºC para posterior análise de degradação. A análise quantitativa da degradação dos compostos aromáticos foi realizada através de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), utilizando coluna de fase reversa Varian C18 (5 μm x 150 mm x 4,6 mm, fase móvel metanol: água : ácido acético (50:49:1).

A Halomonas organivorans apresentou crescimento em ácido benzóico, ácido p-hidroxibenzóico e fenol. Já, a bactéria Chromohalobacter cresceu somente em ácido benzóico e p-hidroxibenzoico. Nenhuma das linhagens em questão apresentou crescimento em ácido salicílico. Ambas as linhagens degradaram ácido benzóico e p-hidroxibenzoico. Chromohalobacter foi a linhagem que melhor degradou o ácido p-hidroxibenzoico (98%), seguido de Halomonas (59,7%). O ácido benzóico também foi melhor degradado pela Chromohalobacter (54,14%) e Halomonas (42,53%). Conclui-se que ambas as linhagens demonstram potencial para aplicação em processos de biorremediação de ambientes salinos


Palavras-chave:  Biorremediação, chromohalobacter, halomonas