ESTUDO DA SIMILARIDADE GENÉTICA, FENÉTICA E MOLECULAR INTRA E INTER-ESPECÍFICA DE BACILLUS CEREUS E BACILLUS THURINGIENSIS

Rowena Alves Coelho (IOC / Fiocruz); Leon Rabinovitch (IOC / Fiocruz); Sônia Ermelinda Alves da Silva (IOC / Fiocruz)

A diferença do Bacillus cereus e os estritamente aparentados como B. thuringiensis, B. mycoides, B. anthracis, B. pseudomycoides e o B. weihenstephanensis, se faz pela ausência dos cristais da pró-toxina encontrados no B. thuringiensis, ausência de atividade hemolítica apresentada por B. anthracis, crescimento não rizóide e a mobilidade do B. mycoides, e o crescimento em baixas temperaturas do B. weihenstephanensis. Atualmente, a importância de espécies pertencentes ao gênero Bacillus está na propriedade entomopatogênica de algumas, utilizadas como princípios ativos de diferentes bioinseticidas e, por outro lado, B. cereus por produzir toxinas e enterotoxinas envolvidas em diferentes manifestações clínicas. O Lysinibacillus (Bacillus) sphaericus é muito utilizado no controle de dípteros vetores de agentes etiológicos de doenças humanas. Com o presente, objetivou-se evidenciar as relações de semelhança entre cepas de B. cereus e B. thuringiensis, isoladas em diferentes épocas e de diferentes origens geográficas, assim como compará-las entre si e, também, identificar linhagens toxigênicas através de testes específicos. Foram isoladas e identificadas 138 cepas, sendo 69 de B. cereus, 38 de L. sphaericus e 31 de B. thuringiensis. A identificação taxonômica foi realizada por análises citomorfológica, bioquímica e fisiológica. Ensaios com antimicrobianos (N=22) destacaram uma cepa de B. thuringiensis colmeri com o maior perfil de resistência (18). A sensibilidade foi observada em 100% das estirpes frente ao antimicrobiano Netilmicina (NET-30µg). Dos B. cereus (N=69) ensaiados quanto à presença da subunidade L₂ da enterotoxina HBL, foram positivos 36 e em B. thuringiensis (N=28) foram 26, enquanto que para L. sphaericus beta hemolíticos (N=09) somente 3. Para o estudo da genética de populações foi realizada a eletroforese de multilocos enzimáticos das enzimas ADH, MDH, LeDH, G6PDH, ME e EST. Foram, também, realizados ensaios com Hg²⁺. As cepas 1bs e 6bs de L. sphaericus, apesar de isoladas de espécimes clínicos, não apresentaram a subunidade L₂ da HBL, porém, apresentaram loco gênico 2 para enzima ADH e positividade para uréia em 24 horas, o que sugere entomopatogenicidade, podendo assim, serem utilizadas no futuro como princípio ativo de bioinseticidas. Foi possível também evidenciar a elevada similaridade genética entre as espécies B. cereus e B. thuringiensis.