EFEITO DA CALAGEM E FOSFATAGEM NA DIVERSIDADE DE RHIZOBIUM-PHASEOLUS EM SOLO ÁCIDO
Douglas Fabiano Gomes (UEL); Juscélio Donizete Cardoso (UEL); Maria Aparecida de Matos (IAPAR); Diva Souza Andrade (IAPAR); Mariangela Hungria (Embrapa)
Resumo
O
feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) é
cultivado em diferentes tipos de solos, nas regiões tropicais e subtropicais
das Américas, sendo que, grande parte dos solos nessas áreas são ácidos e pobres
em fósforo. Para manejar essa acidez associativa, os agricultores utilizam práticas
agrícolas, como a calagem e fosfatagem, buscando a maior produtividade. Em
geral, solos cultivados com feijoeiro apresentam população de bactérias capazes
de formar associação efetiva e realizar a fixação biológica do nitrogênio,
entretanto, fatores abióticos, por exemplo, químicos (pH, fertilidade) podem
alterar a densidade e diversidade de rizóbios. Neste contexto, foram isoladas 47
estirpes de nódulos de feijoeiro, de um experimento de campo de longa duração
em solo ácido e de baixa fertilidade. Os tratamentos avaliados foram em esquema
fatorial 2x2, com calcário (CC) e sem calcário (SC), combinados com nível
deficiente de fósforo (P1) e nível adequado de fósforo (P2). Para a
caracterização genética das estirpes, o DNA foi extraído e com este foi
realizada as reações BOX-PCR (Polymerase Chain Reaction) com o “primer” BOX–A1R. As regiões amplificadas
do DNA revelaram polimorfismo que foi utilizado para construção de um
dendrograma genético segundo o coeficiente de Jaccard e o algoritmo UPGMA. É
interessante destacar que a diversidade genética dos isolados foi elevada, já
que estes se agruparam em um nível de similaridade de apenas 10%. Com
similaridade de 25% as estirpes foram distribuídas em 10 grupos e, apenas 10 delas
apresentaram similaridade maior que 75%, sendo que destas, somente quatro
agruparam-se com 100% de igualdade. De acordo com o agrupamento foi calculado o
índice de diversidade de Shannon (H’) pelo qual se detectou o aumento da
diversidade de estirpes passando de 1,47 para 1,99 nos tratamentos com nível
deficiente de fósforo (P1) e sem calagem e alto P (P2) e com calagem, respectivamente.
Através dessa técnica foi possível evidenciar
a importância da calagem e níveis adequados de fósforo para estes simbiontes,
já que a diversidade de estirpes foi favorecida no tratamento com alto P e com
calagem.