25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2344-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

DIVERSIDADE DE MICROHETERÓTROFOS DO RESERVATÓRIO DE BARRA BONITA (SP) ENVOLVIDOS NA DEGRADAÇÃO DO POLISSACARÍDEO EXTRACELULAR PRODUZIDO POR MICROCYSTIS AERUGINOSA

Vanessa Corbi (UFSCar); Inessa Bagatini (UFSCar); Armando Vieira (UFSCar)

Resumo

Os polissacarídeos representam a maior forma de carbono fotossinteticamente fixado presente na biosfera, constituindo por volta de 50% da matéria orgânica de alto peso molecular nos ecossistemas aquáticos. Entretanto, para que estes compostos possam ser assimilados, os microorganismos devem inicialmente hidrolisa-los através da liberação de enzimas extracelulares transformando-os em substratos menores fora da célula para que estes possam atravessar a membrana celular e entrar em seu metabolismo. O objetivo deste trabalho foi analisar a dinâmica das populações microbianas relacionadas à degradação do polissacarídeo de uma espécie fitoplanctônica importante presente no Reservatório de Barra Bonita (SP), Microcystis aeruginosa. Para a montagem do experimento uma amostra de água integrada do Reservatório de Barra Bonita foi autoclavada, enriquecida com polissacarídeo liofilizado de Microcystis aeruginosa (concentração final 1 mg mL-1) e inoculada com água do reservatório que forneceu a população de microheterótrofos. Os frascos do experimento foram mantidos em estufa, no escuro, a temperatura de 25°C e durante 30 dias foram retiradas amostras de forma asséptica com intervalos de 2-24 h para a realização das análises de cromatografia de gel, composição monossacarídica, contagens bacterianas, atividade enzimática e identificação das espécies das populações bacterianas envolvidas no processo. O consumo do polissacarídeo revelou-se um processo bastante rápido: em 8 dias praticamente todo o polímero já havia sido consumido, sendo que todos os monossacarídeos demonstraram um padrão de degradação muito rápido, dentro das primeiras 24 a 48 h. O consumo do polissacarídeo foi acompanhado de altas atividades enzimáticas principalmente no início do processo. De um modo geral a atividade enzimática apresentou-se dividida em duas fases, a primeira, provavelmente devido ao consumo do polissacarídeo acrescentado, que vai do início do experimento até aproximadamente 12 horas quando tem início uma segunda fase de elevada atividade enzimática. Os padrões de diversidade microbiana alteraram-se no decorrer da degradação do polissacarídeo com uma diferença acentuada entre a comunidade bacteriana inoculada, ou seja, a comunidade que era dominante no reservatório e as comunidades que se desenvolveram e tornaram-se dominantes após o consumo do substrato.


Palavras-chave:  Microcystis aeruginosa, Polissacarídeo, Atividade Enzimática, Diversidade Microbiana, Reservatório de Barra Bonita