25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2332-1


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

PRODUÇÃO DO BIOSSURFACTANTE POR SERRATIA MARCESCENS UTILIZANDO MANIPUEIRA COMO SUBSTRATO

Helvia W. Casullo de Araujo Araújo (RENORBIO); Rosileide Fontinele da Silva Andrade Andrade (UNICAP); Fabiola G.c. Almeida Almeida (UNICAP); Antonio Cardoso Cardoso (RENORBIO); Geisane P. Messias (UNICAP)

Resumo

Biossurfactantes são produzidos como metabólicos secundários por bactérias, leveduras e fungos filamentosos. Estes metabolitos incluem uma ampla variedade de estruturas químicas, tais como: glicolipídeos, lipopeptídeos, polissacarídeo, fosfolipídeos, ácidos graxos e lipídeos. Em relação aos surfactantes convencionais, os tensoativos microbianos apresentam vantagens como: biodegradabilidade, reduzida toxicidade, ampla estruturas capazes de aplicações especificas e ainda podem ser sintetizados a partir de substratos renováveis. A poluição ambiental por derivados de petróleo é um problema de escala mundial, pois a cada ano aumenta a quantidade de resíduos oleosos emitidos pelas indústrias. Com isso, cresce o estímulo aos estudos de aplicação de microrganismos no tratamento destes resíduos de forma que não alterem a qualidade de vida da população, que está intrinsecamente ligada qualidade ambiental. O presente trabalho teve por objetivo produzir biossurfactante a partir do efluente da manipueira por Serratia marcescens UCP (1549), obtida do Banco de Culturas do NPCIAMB da Universidade Católica de Pernambuco, isolada do solo de cultivo de bananeiras. A amostra de Serratia marcescens foi incubada em meio líquido Luria Bertani sob agitação orbital de 150 rpm, a 28°C por 6 horas, para obtenção do pré-inóculo. Em frascos de erlenmeyers de 250ml que continham 100ml de meio 6% de manipueira, 7,5% de óleo de milho e 0,2% de lactose foi inoculado 1 ml 108 ufc/ml à 28oC por 72 horas. A eficiência da produção do biossurfactante foi analisada pela determinação da tensão superficial utilizando um tensiômetro (KSV-Sigma 70) e, o indice de emulsificação utilizando como substratos: n-hexadecano, petróleo, querosene, óleo de canola, óleo de babaçu e óleo de milho. A redução da tensão superficial é utilizada como um critério primário para selecionar microrganismos produtores de biossurfactantes, embora agentes emulsificantes e dispersantes não possuam, necessariamente, habilidade em reduzir a tensão superficial. Ocorreu a redução da tensão superficial da água de 70mN/m para 25,92mN/m do meio composto por manipueira, lactose e óleo de milho. O índice de emulsificação apresentou resultados representativos de: 59,1%, 50,0%, 46,87%, para o n-hexadecano, óleo de canola e petróleo respectivamente. Os resultados demonstram a capacidade do microrganismo em se desenvolver e produzir agentes emulsificantes eficientes, quando cultivados em meio renováveis como a manipueira suplementados com óleo de milho e lactose através da tensão superficial e do índice de emulsificação, incentivando estudos futuros para aplicação destes agentes nos processos de descontaminação ambiental.


Palavras-chave:  Biossurfactante, Serratia marcescens, Manipueira, Tensão superficial