25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2326-1


Área: Patogenicidade Microbiana ( Divisão D )

TRANSLOCAÇÃO DE UMA AMOSTRA DE ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA (EPEC) ATÍPICA ATRAVÉS DE CÉLULAS M-LIKE CULTIVADAS IN VITRO.

Denise Yamamoto (UNIFESP (DMIP)); Renato Mortara (UNIFESP (DMIP)); Edna Freymüller-haapalainen (UNIFESP (CEME)); Tânia Gomes (UNIFESP (DMIP))

Resumo

Com base na presença do plasmídeo EAF (EPEC adherence factor), o patotipo Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) é sub-dividido em EPEC típica (tEPEC) e EPEC atípica (aEPEC), sendo que somente as tEPEC são portadoras deste plasmídeo. Em nosso meio, as aEPEC têm sido isoladas em várias regiões geográficas e faixas etárias. Recentemente, demonstramos que algumas amostras de aEPEC invadem células HeLa e células intestinais T84 e Caco-2 diferenciadas in vitro com maior eficiência que a amostra protótipo de tEPEC E2348/69. Demonstramos também que o pré-tratamento de monocamadas diferenciadas de células T84 com ácido etileno-glicol tetra-acético (EGTA) promove aumento significativo da invasão bacteriana pela amostra aEPEC 1551-2 (sorotipo O não tipável, imóvel), sugerindo penetração preferencial pela superficie baso-lateral, exposta após o tratamento. Neste estudo, avaliamos a ocorrência de translocação da amostra de aEPEC 1551-2 e da amostra protótipo de tEPEC E2348/69 através de células M-like. Para essa finalidade, células Caco-2 (105) foram cultivadas sobre membrana de filtro Transwell por 14 dias; em seguida, células Raji-B (106) foram inoculadas na câmara inferior do sistema de filtro e cultivadas por 6 dias a fim de induzir a diferenciação de células M-like. Ao final do cultivo, as amostras aEPEC 1551-2 e tEPEC E2348/69 foram inoculadas (107 UFC), separadamente, sobre monocamadas de células Caco-2, contendo ou não células M-like. A amostra protótipo de tEPEC E2348/69 foi utilizada como controle de acordo com dados da literatura que demonstraram sua aderência às células tipo M-like. Amostras do compartimento inferior foram coletadas e a UFC foi quantificada. Nossos dados preliminares demonstraram que a presença de células M-like promove o aumento da translocação da amostra aEPEC 1551-2, mas não da tEPEC E2348/69. Esses dados sugerem que a amostra de aEPEC estudada poderia alcançar a porção baso-lateral de enterócitos in vivo, após translocação via células M.


Palavras-chave:  EPEC atípica, Células M-like, Translocação