25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2323-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO MERCÚRIO DE LINHAGENS DE ESCHERICHIA COLI COMERCIAIS COMPARADAS COM A LINHAGEM RESISTENTE BH100.

Hivana Patricia Melo Barbosa (UFPa); Andrea Maria Amaral Nascimento (UFMG); Edmar Chartone de Souza (UFMG); Maria Paula Cruz Schneider (UFPa); Artur Luiz da Costa da Silva (UFPa)

Resumo

O mercúrio (Hg) é um metal tóxico que se acumula ao longo das cadeias tróficas em regiões impactadas, fenômeno conhecido como bioacumulação. Alguns microrganismos possuem mecanismos bioquímicos para detoxificação de compostos mercuriais inorgânico e orgânico. O sistema biológico mais comum de resistência bacteriana ao mercúrio envolve o gene merA, da enzima redutase, que converte o Hg2+ na forma menos tóxica e volátil Hg0. Assim, bactérias expressando esse gene seriam de grande interesse nos processos de biorremediação. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes concentrações de mercúrio no crescimento bacteriano através da determinação da concentração inibitória mínima (CIM). Foi utilizada a bactéria Escherichia coli BH100 (LacZ+) isolada em  1973 em Belo Horizonte de amostra de urina humana. Esta bactéria possui resistência ao Hg codificada em um plasmídeo conjugativo (pBH100). As linhagens comerciais de E. coli testadas foram XL1-Blue (Phoneutria), TOP10 e DH5a (Invitrogen), todas LacZ-, usadas rotineiramente em clonagem. Culturas líquidas de BH100 em meio LB foram incubadas overnight a 37°C e então diluídas para DO600nm de 0,1 sendo a densidade celular monitorada a cada hora para construção de uma curva de crescimento. Para testar o nível de resistência ao Hg, culturas de todas as linhagens foram crescidas nas mesmas condições descritas acima. Depois de diluídas as culturas foram acrescidas de HgCl2, em várias concentrações, e as densidades celulares medidas na fase de crescimento exponencial para determinação da CIM. Todos os experimentos foram realizados em triplicata. A BH100 foi crescida em elevadas concentrações de HgCl2 (2,5mM-10mM), sendo que o seu crescimento começou a ser reduzido a partir de 50mM e em 225mM havia sido inibido em mais de 50%, com a CIM de 250mM.  Para as linhagens de E. coli comerciais as concentrações de HgCl2 variaram de 0,5mM-100mM, sendo que o crescimento destas começou a ser reduzido a partir de 2,5mM. Observou-se inibição de pelo menos 50% do crescimento em 50mM para TOP10, 35mM para DH5a e 25mM para XL1-Blue, sendo que a CIM para todas as linhagens comerciais foi de 75mM. A caracterização da resistência bacteriana ao mercúrio é uma etapa inicial para a possível aplicação de linhagens bacterianas selvagens ou transformadas que expressem genes de resistência ao Hg em processos de biorremediação.


Palavras-chave:  biorremediação, Escherichia coli, mercúrio, resistência a metais