ATIVIDADE MICROBIANA EM UM ARGISSOLO VERMELHO AMARELO SUBMETIDO A DIFERENTES USOS NO SEMIÁRIDO DO VALE DO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO

Tamires da Silva (UPE); Anne Caroline de Moraes Peixoto (UPE); Gizélia Barbosa Ferreira (UFSCAR); Marcia Moura Moreira (CPATSA); Ernando Ferreira Motta (CPATSA); Carlos Gava (CPATSA)

Alterações climáticas, do uso ou no manejo do solo interferem significativamente em diversas características intrínsecas que, direta ou indiretamente, afetam a atividade microbiana. Este trabalho teve por objetivo avaliar a atividade microbiana em amostras de solo oriundas de áreas sob diferentes usos e manejos de um Argissolo Vermelho-amarelo distrófico localizado na área da Embrapa Semi-Árido (9°04' S e 40°19'), parte de um estudo de longa duração para a avaliação da variação sazonal da atividade biológica do solo sob diferentes usos no Semiárido nordestino. As áreas amostrais foram um campo de cultivo anual (CCult); uma área de pastagem (P); uma área de Caatinga com processo de antropização (CA) e; uma área de Caatinga preservada (CN), todas com registro de uso nos últimos 25 anos. A partir de quatro amostras compostas, formadas por dez amostras simples coletadas na profundidade de 0-10 cm a cada dois metros foram avaliados o conteúdo de carbono da biomassa microbiana, a atividade biológica (estimada pela evolução de CO₂; C-CO₂) e os teores de nitrogênio e carbono orgânico total do solo. A partir das análises realizadas verificou-se que os valores mais elevados de teores de carbono da matéria orgânica (C-org) e nitrogênio total (N-total) foram encontrados em amostras oriundas da Caatinga nativa e da Caatinga antropizada, 1,583 e 1,372 g de N-total.kg^-1 de solo e 14,0 e 11,2 g.kg^-1 de solo, respectivamente. Assim, verificou-se uma relação C/N de 88,41 para CN, 81,64 para CA, 69,16 para P e 61,55 para CCult, indicando o predomínio de ácidos húmicos na fração C-org. De forma similar, o conteúdo de carbono da biomassa microbiana (C-micro) foi mais elevado nas áreas sob Caatinga, apresentando 304,96 mg de C-micro. kg^-1 de solo, e na área preservada 258,83 mg de C-micro. kg^-1 de solo. Para a área de pasto e cultivada, os valores foram 82,01 e 93,54 mg. kg^-1 de solo, respectivamente . No entanto, a área sob Caatinga preservada e a pastagem apresentaram os menores índices de atividade microbiana com taxa de evolução de C média de 5,33 e 6,57 mg.g^-1 CO₂ dia e um quociente metabólico (qCO₂) de 5,21 e 25,49 mg C-CO₂, respectivamente, enquanto CA 15,37 e CCult 24,97 mg.g^-1 CO₂ dia.