25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2305-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

FREQUENCIA DE CAMPYLOBACTER JEJUNI EM CANINOS DOMÉSTICOS NA CIDADE DE BOTUCATU, ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL.

Flávio Silva (UNESP); Marina Monobe (UNESP); João Araújo (UNESP); Vera Rall (UNESP)

Resumo

Campylobacter jejuni são bastonetes Gram-negativos responsáveis por infecções entéricas em mamíferos domésticos, silvestres e no homem. As principais fontes de infecção são o contato direto com animais infectados e o consumo de água ou alimentos de origem animal contaminados. Apesar de ocorrer como microorganismo comensal na microbiota intestinal de animais domésticos, é incriminada como principal causa de enfermidade entérica em humanos. A doença é geralmente grave no homem e a transmissão zoonótica de C. jejuni de cães para humanos foi comprovada, sendo os cães responsabilizados como fonte de infecção em casos fatais de sepse neonatal. No Brasil, estudos relacionados com a frequencia da infecção em cães são escassos. Por isso, o objetivo desse estudo foi determinar a freqüência de C. jejuni em cães domésticos na cidade de Botucatu, Estado de São Paulo. Durante os meses de Agosto de 2008 a Junho de 2009, foram coletadas 156 amostras fecais de cães, das quais 100 eram procedentes de animais de rua, capturados e abrigados pelo serviço de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Botucatu e 56 obtidas de animais domiciliados. Todas as amostras foram submetidas ao exame coproparasitológico pela técnica de centrifugo flutuação em sulfato de zinco. Posteriormente, o DNA foi extraído de uma alíquota de 200 mg de fezes para realização do diagnóstico pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Uma região de aproximadamente 589 pares de base do gene MdmapA foi amplificada com a utilização dos primers 5´-CTATTTTATTTTTGAGTGCTTGTG-3´ e 5´-GCTTTATTTGCCATTTGTTTTATT-3´. A PCR foi realizada em um volume final de 25 ml contendo 12.5 ml de 2X GoTaq® Green Master Mix buffer, 10 rmol de cada Primer e 5 ml do DNA da amostra. No estudo, das 156 amostras fecais analisadas, 11 (7,05%) foram positivas (10 originadas de cães de rua). Dos animais infectados, 8 eram assintomáticos e 3 possuíam fezes de consistência amolecidas. Parasitas intestinais (Giardia duodenalis e Ancylostoma caninum) foram observados em conjunto com C. jejuni em 3 cães. Em concordância com outros estudos, a freqüência de C. jejuni em cães de canis ou abrigos foi maior devido as condições de habitação no canil municipal (alta densidade populacional, stress, dieta de baixa qualidade, presença de enfermidades intercorrentes) o que aumentaria a exposição e susceptibilidade desses animais a infecção por esse agente.


Palavras-chave:  campilobacteriose, cães, diagnóstico, PCR, zoonose