25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2298-1


Área: Virologia ( Divisão P )

AVALIAÇÃO IMUNOLÓGICA PRELIMINAR DA UTILIZAÇÃO DA PROTEÍNA RECOMBINANTE L2 DO PAPILOMAVÍRUS BOVINO

Renato de Mello Ruiz (IBU); Marcelo Palma Sircili (IBU); Maria Saveria Campo (UG); Willy Beçak (IBU); Rodrigo Franco de Carvalho (IBU); Rita de Cassia Stocco (IBU)

Resumo

A papilomatose é uma doença infecto-contagiosa, caracterizada por lesões verrucosas, localizadas na pele ou mucosa, que afeta diversas espécies de mamíferos, incluindo o homem. Em bovinos, esta doença é responsável por sensíveis perdas econômicas, sendo que os animais apresentam, entre outras conseqüências, redução na produção de leite e perda de peso. Os vírus do papiloma se constituem em vírus de DNA que infectam as células basais dos epitélios, induzindo a formação de tumores. Os tumores são em geral benignos e normalmente regridem espontaneamente. Entretanto, a malignização dos mesmos pode ocorrer. Os Papilomavírus Bovinos Tipos -2 e -4 (BPV-2 e BPV-4) estão associados ao aparecimento de fibropapilomas cutâneos, papilomas da mucosa e cânceres da bexiga e do trato digestório superior.  A clonagem e expressão da proteína menor do capsideo viral (L2) em sistema bacteriano é uma abordagem viável para a produção de insumos imunológicos, como testes diagnósticos ou mesmo vacinas. As porções N-terminais das proteínas L2-BPV-2 / BPV-4, previamente clonadas, foram purificadas em sistema de cromatografia de afinidade à glutationa. A purificação protéica resultou em 5,0 mg/mL da proteína L2-BPV-2 e 7,5 mg/mL da proteína L2-BPV-4 que foram utilizadas na inoculação dos bezerros, onde duas doses de aproximadamente 1,0 mg de cada proteína foram adicionadas a uma formulação 1:1 com hidróxido de alumínio como adjuvante. As proteínas foram submetidas à eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida, sendo transferidas para membrana de nitrocelulose e submetidas à imunodetecção, utilizando-se os soros pré e pós-imunes, confirmando-se tanto a ausência como a presença de reatividade frente aos mesmos, respectivamente. Os níveis de anticorpos foram analisados em leitor de ELISA, usando-se microplacas preparadas com 1,0 µg de cada proteína. A resposta imunológica obtida através da vacinação dos bezerros, mostrou-se satisfatória, indicando a viabilidade desta abordagem para a implementação de uma vacina anti-BPV no rebanho nacional. Ressalta-se, porém, que quantificação dos níveis de IgG aqui avaliados ainda é um resultado preliminar, sendo necessárias novas analises direcionadas aos anticorpos específicos contra a proteína L2 do Papilomavírus Bovino dos tipos -2 e -4.

 

Apoio Financeiro: CNPq


Palavras-chave:  BPV, IMUNOGLOBULINA G, PAPILOMATOSE BOVINA, PROTEÍNA RECOMBINANTE L2, VACINA