CRIPTOCOCOSE PULMONAR

Marcelo Magalhães da Silveira Neto (CICC); Raquel Jacques de Farias (UFPE); Daisy Nunes de Oliveira Lima (CICC); Maria das Graças Granja Mattos (CICC); Tulio Paes Mendonça Lima (CICC); Rejane Pereira Neves (UFPE)

Criptococose é uma infecção oportunista, causada por espécies de Cryptococcus, levedura capsulada, a qual possui tropismo pelo sistema nervoso central. Após a inalação das estruturas fúngicas, com trajeto pulmonar, estas se direcionam para outros órgãos ou sistemas, predominando quadros de meningite, encefalite ou meningoencefalite, contudo pode ocorrer também comprometimento ósseo, pulmonar, ocular e em genitália. A infecção primária em indivíduos sadios é possível, porém rara, ocorrendo com maior freqüência em indivíduos imunodeprimidos, quando se apresenta como uma doença grave e potencialmente fatal. A forma sistêmica freqüentemente aparece como uma meningite subaguda ou crônica, caracterizada por febre, fraqueza, dor no peito, rigidez de nuca, dor de cabeça, náusea e vômito, sudorese noturna, confusão mental e alterações de visão, no entanto, o comprometimento pulmonar pode anteceder, em anos, o acometimento cerebral. Com o propósito de investigar nódulo pulmonar solitário, foi realizada biópsia para retirada de fragmento do mesmo, em paciente do sexo feminino, 61 anos de idade, não tabagista, apresentando dor torácica há três anos. O material clínico foi analisado através de imprint e avaliação histopatológica do nódulo, seguido de coloração com Hematoxilina Eosina (HE), bem como, coloração com Ácido Periódico de Schiff (PAS). Inicialmente, foi realizada avaliação citopatológica através de imprint, onde foram evidenciadas células de leveduras capsuladas, compatíveis com Cryptococcus. Posteriormente, a avaliação histopatológica do fragmento tecidual, revelou exclusivamente tecido necrótico. Após correlação com exame citopatológico, foi realizada revisão do exame histopatológico, sendo encontradas raras células de leveduras, indicando tratar-se de criptococose pulmonar, achado este, não evidenciado na primeira análise, sendo, portanto, confirmado o diagnóstico citopatológico. Tais achados enfatizam a importância da associação dos dois métodos diagnósticos, que se complementam, tendo no presente caso o exame citopatológico sido fundamental para o diagnóstico da lesão pulmonar.