25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2286-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

SOBREVIVÊNCIA DE COLIFORMES TERMOTOLERANTES EM CULTIVO DE MILHO NO DISTRITO FEDERAL.

Helena Adorni Mazzotti (UCB); Jorge Lemainski (CPAC); José Eurípedes Silva (CNPAE); Tamyres Andrade Costa (UPIS)

Resumo

Introdução: Lodo de esgoto é o resíduo proveniente do tratamento de esgotos sanitários e pode ser utilizado como fertilizante no processo da reciclagem agrícola. Essa disposição final do produto é uma das alternativas mais viáveis tanto pelo aspecto econômico quanto ambiental, no Distrito Federal. Entretanto, a presença de patógenos no lodo pode limitar seu uso na agricultura, quando em dose infectante. O objetivo do experimento foi avaliar o lodo da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) quanto à presença de coliformes termotolerantes e a sobrevivência desses patógenos depois da aplicação do lodo ao solo, em cultivo de milho BRS 1010. Materiais e métodos: O ensaio foi estabelecido na área experimental da Embrapa Cerrados, em latossolo vermelho distrófico argiloso, de março a agosto de 2009. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com dois tratamentos (sem e com aplicação de 100 Mg/ha), sendo uma parcela teste e cinco parcelas com lodo úmido (teor de água de 86%) aplicado e incorporado ao solo na profundidade de 0-10 cm. Foram utilizadas sete amostras de lodo para quantificar a presença coliformes termotolerantes. A sobrevivência dos coliformes foi avaliada a partir de amostras de solo/lodo coletadas a 10 cm de profundidade, três vezes por semana nos primeiros 30 dias; duas vezes por semana de 33 a 64 dias; uma vez por semana de 71 a 92 dias; e, a cada 14 dias do 99º ao 128º dia, utilizando nove subamostras para cada amostra por parcela. As amostras foram analisadas no Laboratório de Lodo de Esgoto (Embrapa Cerrados) segundo a técnica de Tubos Múltiplos Meio A1 (L5.406 da CETESB). Discussão dos resultados: A concentração média das amostras de lodo foi de 106 NMP/g ST. Nas amostras de solo/lodo, nos quinze primeiros dias houve oscilações na concentração de coliformes entre 105 e 104 NMP/g ST. Na segunda quinzena  os valores diminuíram de 104 a 102 NMP/g ST. Do 33º ao 46º dia o valor foi de 103 NMP/g ST, exceto uma amostra com 102 NMP/g ST. Do 50º ao 85º dia as variações foram entre 102 e 2,6 NMP/g ST, e após o 99º dia foram observados valores < 2. Conclusão: O lodo da CAESB utilizado no experimento é Classe B. Nas condições do experimento, decorridos 33 dias da aplicação e incorporação do lodo Classe B no solo não se verifica dose infectante (104 NMP/g ST) de coliformes termotolerantes.


Palavras-chave:  Lodo de esgoto, Coliformes termotolerantes, Patógenos, Biossólidos