CARACTERIZAÇÃO DE ISOLADOS DE MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS ATRAVÉS DE RFLP NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA-SP

Ana Carolina Malaspina (UNESP); Adolfo Carlos Barreto Santos (UNESP); Rosangela Maria Gaspareto Silva (SESA - USP); Brunilde Jung Viana (SESA - USP); Eduardo Ferraz Hage (SESA - USP); Walter Manso Figueiredo (SESA - USP); Maria Helena Feres Saad (FIOCRUZ); Clarice Queico Fujimura Leite (UNESP)

O estudo da epidemiologia molecular da tuberculose busca indicar formas de aperfeiçoamento dos programas de saúde e controle da doença. O município de Araraquara, localizado no interior de São Paulo, apresenta um índice estável de novos casos de tuberculose. Com o objetivo de estudar alguns aspectos epidemiológicos da transmissão da doença, isolados de Mycobacterium tuberculosis obtidos durante um período de seis anos (2000-2006) foram tipados através da técnica de RFLP. Setenta e dois isolados clínicos provenientes de pacientes com tuberculose pulmonar residentes no município e atendidos no ambulatório do Serviço Especial de Saúde de Araraquara (SESA) foram incluídos neste estudo. A população estudada apresentou uma média de idade de 43,5 +/- 15,5 anos, onde cerca de 70% dos indivíduos viviam em moradias unifamiliares e 60% dividiam a casa com duas a quatro pessoas. Aproximadamente 50% dos pacientes declararam possuir algum tipo de renda. A análise dos perfis genéticos obtidos através do RFLP, realizada com o auxílio do software Bionumerics v. 4.61, permitiu a constatação de que cerca de 70% da população está distribuida em dois grandes grupos compartilhando até 70% de similaridade genética. Trinta e cinco por cento dos isolados foram agrupados com similaridade superior a 90%. Dentre os isolados, 26,4% formaram grupos genéticos com 100% de similaridade, representando um índice de casos de tuberculose provenientes de infecção recente na cidade. O estabelecimento e a confirmação de relação epidemiológica entre os pacientes que apresentaram 100% de similaridade genética foi verificada em cerca de 70% dos casos identificados pelo RFLP. Dentre as relações epidemiológicas encontradas, destacam-se as transmissões intradomiciliares e a moradia em condomínios residenciais do CDHU.