Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L ) AVALIAÇÃO SANITÁRIA DE BIOSSÓLIDOS GERADOS EM ETE DESTINADOS À AGRICULTURA
Renata Maria Salvador (FSP/USP); Elayse Maria Hachich (CETESB); Suzi Cristina Garcia (CETESB); Vilma Marques Bonnano (CETESB); Maria Tereza Pepe Razzolini (FSP/USP)
ResumoAvaliação sanitária de biossólidos gerados em ETE destinados à agricultura
Introdução: O lançamento indiscriminado de esgotos domésticos não tratados nas águas superficiais tem causado a contaminação e eutrofização dos recursos hídricos, sendo assim o tratamento de esgotos se faz necessário. Como resultado desse tratamento forma-se um resíduo rico em macronutrientes e matéria orgânica, denominado lodo de esgoto, que pode apresentar contaminação por substâncias químicas e patógenos. Ressalta-se que as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) do país não apresentam planejamento para a destinação dos biossólidos formados e, considerando-se que a destinação do lodo chega a representar até 50% dos custos operacionais das ETEs esse aspecto não pode ser desprezado. A disposição do lodo de esgoto no Brasil é feita, predominantemente, em aterros sanitários. Assim, o elevado volume gerado conduz à insustentabilidade dessa prática.
A contaminação por vírus entéricos tem sido uma preocupação constante das autoridades sanitárias e de proteção ambiental, e tem recebido atenção especial devido ao risco que representam à saúde pública. Os critérios de qualidade do lodo de esgoto e procedimentos para sua aplicação em solo de uso agrícola no Brasil são estabelecidos pela Resolução CONAMA 375 de 29/08/2006, a qual estabelece valores de <0,25UFP/gst. Esses organismos são capazes de sobreviver por meses em águas e solos e sua presença no ambiente pode trazer prejuízos à saúde de população exposta aos mesmos. .
Objetivo: O objetivo deste trabalho é de analisar o biossólido de seis diferentes ETEs do Estado de São Paulo que o dispõe na agricultura.
Método: As análises dos enterovírus serão realizadas conforme a técnica clássica de cultura de células, promovendo a dissociação entre os sólidos e os vírus, usando-se extrato de carne 10% pH 7,0. Após a floculação orgânica e centrifugação, o concentrado é tratado com antibióticos para a redução dos efeitos citotóxicos (USEPA, 2003).
Resultados: A tabela 1 apresenta os resultados preliminares obtidos.
Tabela 1: Concentração de enterovírus em biossólidos de ETEs do Estado São Paulo, fevereiro a abril de 2009.
Concentração de enterovírus UFP/gst |
ETE |
Fevereiro 2009 |
Abril 2009 |
1 |
0,73 |
7,94 |
2 |
2,99 |
0,50 |
3 |
3,74 |
6,68 |
4 |
0,09 |
1,39 |
5 |
<0,15 |
1,08 |
6 |
2,61 |
1,23 |
Conclusão: Os resultados obtidos, até o momento, demostram a necessidade de se avaliar a qualidade sanitária de biossólidos destinados à agricultura como forma de proteção da saúde tanto de agricultores os quais utilizam biossólidos como fertilizante como nos consumidores desses cultivos agrícolas. Outro aspecto é a observância do atendimento ao padrão estabelecido pela Resolução 375/2006.
APOIO: FINEP / CNPq
Palavras-chave: enterovírus, biossólidos, agricultura, saúde pública |