25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2260-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE STAPHYLOCOCCUS COAGULASE NEGATIVA (SCON) EM NEONATOS ATENDIDOS EM UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO DE GOIÂNIA-GOIÁS 

Yves Mauro Fernandes Ternes (IPTSP - UFG); Juliana Lamaro Cardoso (IPTSP - UFG); Vicente Porfírio Pessoa Jr. (IPTSP - UFG); Maria Cláudia Dantas Porfírio Borges André (IPTSP - UFG); Thalles Américo Cavalcante de Oliveira (IPTSP - UFG); Maria Aparecida Sousa Vieira (IPTSP - UFG); Ruth Minamisava de Oliveira (IPTSP - UFG); Ana Lúcia Sousa Sgambati Andrade (IPTSP - UFG); André Kipnis (IPTSP - UFG)

Resumo

Introdução: A colonização nasal por Staphylococcus coagulase negativa (SCoN) tem sido descrito como o primeiro passo na aquisição de infecções nosocomiais. No cenário atual, os SCoN vêm surgindo como um dos principais agentes etiológicos de infecções, principalmente em neonatos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a incidência de SCoN nos neonatos hospitalizados em uma grande Unidade de Tratamento Intensivo neonatal (UTI neo) no município de Goiânia-Goiás.

Material e métodos: Todos os neonatos admitidos na UTI neo entre julho/2007 a maio/2008 foram considerados elegíveis. Swabs nasais foram coletados no momento da admissão e alta. Os meios para isolamento foram agar manitol e agar TSA com 5μg/mL de oxacilina. Os isolados de SCoN foram submetidos a identificação das espécies pela técnica de ITS – PCR. A presença do gene mecA foi avaliada por PCR.

Resultados e Discussão: Dentre os 429 neonatos admitidos na UTI neo, foram coletados os swabs no momento da admissão e alta de 391. A incidência de SCoN na coorte dos neonatos durante a hospitalização foi de 56.3% (95%IC 51.2-61.2). Dos 220 SCoN isolados, 167 foram realizadas provas moleculares (resultados preliminaries). As espécie mais frequentes identificadas foram S. haemolyticus 38% e S. epidermidis 32%. O gene mecA foi detectado em 82% (137/167) dos isolados. Nosso trabalho demonstrou um maior número de isolados de S. haemolyticus, diferente do perfil identificado por outros autores em hemoculturas, o que pode sugerir que a aquisição foi mesmo do ambiente nosocomial. A alta frequência de detecção do gene mecA é um fator importante, seguindo valores semelhantes apresentado por outros trabalhos, e apresenta-se como um potencial de transmissão horizontal entre os Staphylococcus sp, favorecendo a disseminação de resistência aos β-lactâmicos e também o surgimento de novos clones epidêmicos, como o MRSA.

Conclusão: Os resultados sugerem que a UTI neo pode ser um ambiente reservatório para aquisição de genes de resistência (mecA) e a colonização nasal por SCoN pode contribuir para a disseminação destes microrganismos na comunidade.

Este trabalho recebeu apoio financeiro do CNPq.

Palavra chave: Staphylococcus coagulase negativa, mecA, vigilância neonatal.


Palavras-chave:  Staphylococcus coagulase negativa, mecA, vigilância neonatal