25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2249-1


Área: Virologia ( Divisão P )

PADRONIZAÇÃO DE UM PROTOCOLO RÁPIDO PARA DIAGNÓSTICO ANTE-MORTEM DE RAIVA HUMANA POR TÉCNICAS MOLECULARES, DEMONSTRANDO PERSISTÊNCIA DE VÍRUS NA SALIVA E FOLÍCULO PILOSO EM UM PACIENTE INFECTADO

Juliana Galera Castilho (IP); Rafael de Novaes Oliveira (IP); Carla Isabel Macedo (IP); Willian de Oliveira Fahl (IP); Pedro Carnieli Junior (IP); Rosângela Rosa Machado (SVS-MS); Carlos Henrique Nery Costa (IDTNP); Maria das Dores Rocha Rodrigues (IDTNP); Perom Ribeiro (IDTNP); Ivanete Kotait (IP)

Resumo

O diagnóstico ante-mortem da raiva tem se mostrado de extrema importância para a vigilância epidemiológica, profilaxia pós exposição de contatos com o animal agressor e para o monitoramento do tratamento humano. Os casos suspeitos de raiva humana requerem um diagnóstico rápido e preciso. Assim, o Instituto Pasteur vem realizando e aprimorando as técnicas de Biologia Molecular para identificação e caracterização genética do vírus da raiva (RABV), a partir de amostras de folículo piloso e saliva de pacientes suspeitos de raiva. Recentemente foram coletadas amostras de saliva e folículo piloso de um paciente suspeito de raiva do Maranhão. Ao longo de 20 dias consecutivos, a partir de 19/06/09, 21 amostras, sendo três folículos pilosos e 18 amostras de saliva foram enviadas ao Instituto Pasteur. Este paciente foi submetido ao protocolo de Milwaukee modificado, a partir do 5º dia do início dos sintomas. Tais amostras foram submetidas às técnicas de RT-PCR e seqüenciamento genético para raiva utilizando dois protocolos de RT-PCR, um com primers direcionados para uma região de 248 pb do gene da nucleoproteína (N), com uma reamplificação (primers 304 e 504), e outro com primers direcionados para uma região de 915 pb do gene da glicoproteína (G) sem uma reamplificação (primers GA e GB). As três amostras de folículo piloso foram positivas na RT-PCR para os primers direcionados aos dois genes. Das 18 amostras de saliva, 13 foram positivas com primers direcionados ao gene N e 16 foram positivas com primers direcionados ao gene G. As amostras foram seqüenciadas e confirmado o diagnóstico clínico-epidemiológico, sendo o cão a fonte de infecção. O uso desse novo protocolo direcionado ao gene G demonstrou ser um método viável e uma alternativa mais rápida para o diagnóstico ante-mortem da raiva humana. Este foi o primeiro relato no qual se isolou o vírus da raiva da saliva em um indivíduo submetido a tratamento. Portanto, estas técnicas podem e devem ser usadas em conjunto como ferramentas para o diagnóstico ante-mortem e posterior monitoramento do tratamento de indivíduos infectados pelo RABV.


Palavras-chave:  protocolo, raiva humana, diagnóstico, ante-mortem, técnicas moleculares