SENSIBILIDADE À TIGECICLINA EM ENTEROBACTÉRIAS PRODUTORAS DE BETA-LACTAMASES DE ESPECTRO ESTENDIDO (ESBL).
Keite da Silva Nogueira (UFPR); Laura Lúcia Cogo (UFPR); Daniele Conte (UFPR); Fernanda V. S. Maia (UFPR); Jussara Kasuko Palmeiro (UFPR); Maristela de Paiva (UFPR); Alessandra Vale Daur (UFPR); Libera Maria Dalla Costa (UFPR)
Resumo
Introdução: A tigeciclina é um novo agente antibacteriano originado da estrutura
química da minociclina a partir da adição de uma grande cadeia lateral que define
o aparecimento de uma nova classe de antibióticos: a das glicilciclinas, sendo
a tigeciclina o primeiro a estar disponibilizado para uso clínico. Seu espectro
de ação in vitro é amplo e possui ação sobre os principais patógenos
hospitalares. Materiais e Métodos: Foram testadas 333 amostras de
Enterobactérias produtoras de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL) sendo
K. pneumoniae (182), K. oxytoca (20), E. coli (43), P.mirabilis (5),
E. aerogenes (50), E. cloacae (25), E. gergoviae (4), P. stuarttii
(1), S. marcescens (1) e C. freundii (2). O método utilizado para
o teste de suscetibilidade foi microdiluição em agar para determinação da
Concentração inibitória mínima (CIM), realizado segundo recomendações do Clinical
Laboratory Standard Institute (CLSI). Foram utilizados os pontos de corte para
enterobactérias sugeridos pelo Food and Drug Administration (FDA), para
interpretação, uma vez que os mesmos ainda não foram incluídos no CLSI. Foi
calculado a CIM50 e CIM90 para avaliação da potencia e
atividade. Discussão dos resultados: Entre as amostras testadas para
sensibilidade à tigeciclina uma (0,03%) foi considerada resistente, por
apresentar CIM igual a 8 µg/mL. Outras 9 foram consideradas intermediárias
(2,4%) com CIM igual a 4 µg/mL e as demais amostras foram sensíveis (96,9%). A
CIM50 foi igual a 0,5 µg/mL e a CIM90 igual a 2,0 µg/mL. Esses
resultados são semelhantes aos encontrados por outros autores e demonstram a
boa atividade e potencia da tigeciclina contra esses microrganismos. Conclusão:
A tigeciclina pode ser uma opção no tratamento de infecções causadas por
enterobactérias produtoras de ESBL, podendo reduzir o uso de carbapenêmicos e
consequentemente a pressão seletiva exercida por eles no ambiente hospitalar.