25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2239-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS DE CEPAS SELVAGEM E VARIANTE DE PARACOCCIDIOIDES BRASILIENSIS

Luciana Abrão Lougon Soares (IOC/FIOCRUZ); Márcia de Berredo Pinho (IOC/FIOCRUZ); Leila de Mendonça Lima (IOC/FIOCRUZ); Cíntia de Morais Borba (IOC/FIOCRUZ)

Resumo

Paracoccidioides brasiliensis é um fungo patogênico, dimórfico e agente causal da paracoccidioidomicose, uma micose sistêmica, granulomatosa, de evolução subaguda ou crônica estritamente localizada na América Latina, com maior incidência no Brasil, endêmica na região Sudeste. O estudo de cepas variantes avirulentas desse fungo, realizado por nossa equipe, tem demonstrado uma estreita relação entre a capacidade dimórfica e a habilidade de causar a doença em animais experimentais. O estabelecimento do processo dimórfico, desencadeado pela mudança de temperatura, provavelmente induz a expressão diferencial de genes que certamente resultará na síntese de proteínas envolvidas na mudança morfofuncional do fungo, necessárias na fase de parasitismo.  Os mecanismos moleculares que regulam as características dimórficas do P. brasiliensis ainda não estão bem compreendidos. Diferentes metodologias têm sido empregadas para propiciar um melhor conhecimento desse agente etiológico, entre elas a metodologia proteômica, pois é uma ferramenta poderosa para a compreensão integrada das proteínas expressas por um determinado microrganismo, na qual reflete a expressão funcional do genoma. Nosso estudo tem como objetivo o mapeamento de proteínas discordantes entre cepas selvagem e variante avirulenta de P. brasiliensis. Foram utilizadas duas cepas, Pb IOC3698, selvagem, virulenta, com características típicas da espécie, ou seja, à temperatura ambiente - filamentosa, e a 36o – leveduriforme e Pb IOC1210, variante avirulenta com característica morfológica de transição à temperatura ambiente. Cultivos foram realizados e as condições de preparo dos extratos celulares padronizados. As proteínas, tanto do extrato total quanto do sobrenadante de cultura, foram analisadas por eletroforese bidimensional em géis de poliacrilamida, de 7 cm, a 12%, em gradientes de pH de 3 a 10 e de  4 a 7. Resultados preliminares demonstraram variação considerável de proteínas entre a cepa variante avirulenta e a cepa virulenta em estágio leveduriforme, fase patogênica do fungo. Análises comparativas utilizando o software PDQuest da BioRad estão sendo realizadas afim de identificar diferenças qualitativas e quantitativas entre as cepas estudadas. Atualmente, estamos retirando spots de interesse e estes estão sendo enviados para a espectrometria de massa, aguardando nesse momento os resultados desta análise.

 


Palavras-chave:  proteoma, P. brasiliensis, proteína