PERFIL CINÉTICO DE ADESÃO E FORMAÇÃO DE BIOFILMES POR PSEUDOMONAS FLUORESCENS EM SUPERFÍCIES PLÁSTICAS

Lívia Vieira de Araujo (UFRJ); Carolina Reis Guimarães (UFRJ); Bianca Cruz Neves (UFRJ); Márcia Nitschke (USP); Denise Maria Guimarães Freire (UFRJ)

Pseudomonas fluorescens é um microrganismo formador de biofilme comumente encontrado em indústrias de alimentos, sua presença está relacionada à diminuição do tempo de prateleira dos alimentos devido à deterioração bacteriana. Os biofilmes podem se desenvolver em qualquer superfície. Em indústria de alimentos, a higienização utilizada pode não funcionar de maneira eficiente fazendo com que resíduos fiquem aderidos às superfícies usadas, criando um microambiente propício para a adesão bacteriana e subsequente formação de biofilme. Nos biofilmes, os microrganismos são mais resistentes do que células livres à ação de agentes químicos e físicos que são usados no processo de higienização de superfícies utilizadas na indústria. Tendo em vista o problema causado pela adesão bacteriana, torna-se importante entender os mecanismos de adesão da P. fluorescens a fim de evitar sua adesão em superfícies utilizadas no processamento de alimentos. Este trabalho tem por objetivo caracterizar o perfil cinético de adesão e formação de biofilme pelo microrganismo P. fluorescens ATCC 13525 em superfícies de poliestireno. Cultivos microbianos foram padronizados de forma a obter entre 10⁹ e 10¹⁰ UFC/mL. Alíquotas destes cultivos representando 10% de inóculo foram inoculadas em microplacas de poliestireno (96 poços) contendo Caldo Nutriente por diferentes tempos a 30º C, para a determinação do tempo necessário para adesão sobre a superfície. Ao final de cada tempo, o meio foi retirado, a superfície lavada e fixada. Em seguida, as células aderidas foram coradas por cristal violeta 1% e quantificadas através de leitura da densidade óptica em 570 nm conforme metodologia descrita por Stepanovic et al. (2004). Foi possível classificar a P. fluorescens testada como fortemente aderente ao poliestireno de acordo com a classificação proposta por Stepanovic et al. (2000). O processo de adesão iniciou-se rapidamente, visto que já nas primeiras horas pôde-se observar elevada taxa de adesão. A partir dos resultados encontrados, foi possível concluir que este microrganismo possui grande potencial para aderir a superfícies e consequentemente formar biofilmes em curtos períodos de tempo, demonstrando a importância do desenvolvimento de novas estratégias para o controle da formação de biofilmes. Agradecimentos: CNPq.