25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2204-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

DETECÇÃO DE PEPTIDASE SECRETADA NO FUNGO PATOGÊNICO RHINOCLADIELLA AQUASPERSA 

Raquel Lima do Carmo (FIOCRUZ); Vanila Faber Palmeira (UFRJ); Rosangela Maria de Araújo Soares (UFRJ); Celuta Sales Alviano (UFRJ); Andre Luis Souza dos Santos (UFRJ); Lucimar Ferreira Kneipp (FIOCRUZ)

Resumo

 

Rhinocladiella aquaspersa é um dos agentes etiológicos da cromoblastomicose, uma infecção crônica localizada na pele e tecido subcutâneo caracterizada por lesões verrucosas. Nosso grupo identificou e caracterizou bioquimicamente peptidases extracelulares em Fonsecaea pedrosoi, outro gênero causador da cromoblastomicose, e demonstrou o envolvimento dessas enzimas no crescimento, morfogênese fúngica e na interação com células do hospedeiro. O presente estudo teve como objetivo identificar atividade proteolítica extracelular em R. aquaspersa e determinar diferentes parâmetros bioquímicos desta enzima. Para os experimentos, conídios de R. aquaspersa foram crescidos em meio Czapek-Dox, pH 5,5, durante 7 dias, à temperatura ambiente e obtidos através de filtração em gaze e posterior centrifugação. Os conídios foram ressuspensos em tampão fosfato-salina 20 mM, pH 7,2, suplementado com 2% de glucose e incubados durante 2 h a 26oC. Após centrifugação, o sobrenadante obtido foi incubado na presença de soroalbumina humana (HSA) durante 20 h a 37oC em diferentes faixas de pH (1-10) ou na ausência (controle) e presença de diferentes inibidores proteolíticos (E-64 10 mM; 1,10-fenantrolina 1 mM; PMSF 1 mM, EDTA 10 mM e pepstatina A 10 mM) ou na presença de diferentes substratos protéicos (imunoglobulina G (IgG), hemoglobina, colágeno e fibronectina). A atividade proteolítica foi detectada através de dosagem química e/ou eletroforese em gel de poliacrilamida. Como resultado foi observado que R. aquaspersa apresenta atividade proteolítica secretória, uma vez que foi capaz de hidrolisar HSA, sendo o pH ótimo da atividade igual a 4,0. Dentre os inibidores proteolíticos testados pepstatina A foi capaz de abolir a atividade proteolítica indicando a presença de aspártico peptidase no sobrenadante de cultivo. Essa atividade foi capaz de hidrolisar proteínas do soro como HSA e IgG e também proteína de matriz extracelular como colágeno e fibronectina. Experimentos adicionais estão em andamento com o objetivo de concluir a caracterização bioquímica da enzima e elucidar o possível papel da atividade aspártico peptidásica presente em R. aquaspersa.


Palavras-chave:  Cromoblastomicose, Peptidase, Rhinocladiella aquaspersa