AVALIAÇÃO DE ALTERAÇÕES FETO-PLACENTÁRIAS EM MODELO ANIMAL PROMOVIDAS POR INFECÇÃO EXPERIMENTAL MATERNA POR PORPHYROMONAS GINGIVALIS

Maria Cristina Arslan Nissan Michelin (UNIFESP); Silvia Regina Loureiro Teixeira (USP); Marcia Pinto Alves Mayer (USP); Sandra Regina Rodrigues Lucas (UNIFESP)

A gestação parece estar associada com o aumento de incidência e severidade da doença peiodontal, e esta ao aumento de risco obstétrico. Objetivos: avaliar em modelo animal as alterações sofridas pelo feto e a possibilidade de infecção da unidade feto-placentária promovidas pela infecção experimental por Porphyromonas gingivalis. Métodos: 2x10¹¹ UFC P. gingivalis foram inoculadas no dorso cervical de ratas em diferentes períodos gestacionais. Ratas Wistar (n=60, 30 do grupo experimental e 30 controles) com 3 meses de idade foram inoculadas via subcutânea com P. gingivalis, ou solução tampão (controles) antes do acasalamento (grupo RNP), no 1^o dia da gestação (grupo RP1) e 11^o dia da gestação (grupo RP11); no 20^o dia foram submetidas à cesariana, e coletados soro materno, placenta, líquido amniótico e tecidos fetais. A infecção por P. gingivalis foi avaliada nas unidades feto-placentárias (placentas, feto e líquido amniótico) por PCR. Resultados: Sítios de reabsorção da unidade feto-placentária foram observados apenas no grupo experimental. Foi verificada uma reabsorção em uma rata do grupo RP1 (10%) e em 4 ratas do grupo RP11 (40%) (média 2,75 reabsorções). Ratas do grupo RP1 apresentaram redução no número de filhotes por ninhada em relação ao controle. Ratas do grupo RP11 apresentaram menor ganho de peso gestacional e redução significante do peso fetal ao nascimento em relação às ratas controles. O grupo RP11 apresentou diminuição de peso de placentas em relação ao grupo controle. Essas alterações foram estatisticamente significantes (ANOVA com Tukey-Kramer, p<0,05). Os resultados de PCR indicaram a presença da bactéria em amostras de placenta e feto nos três grupos experimentais. Conclusão: Os dados sugerem que a infecção por P. gingivalis pode alcançar a unidade feto-placentária e resultar em risco obstétrico. FAPESP (07/57597-8)