Foram utilizadas 5 cepas de S. cerevisiae isoladas de destilarias do Estado do Espírito Santo. Para o ensaio de ploidia, as células foram incubadas em meio adicionado de acetato de sódio até a fase exponencial e, então, inoculadas em meio de esporulação. A eficiência de esporulação foi estimada pela freqüência de tétrades. Para avaliar a eficiência fermentativa, as cepas foram submetidas à fermentação em caldo de cana e a dosagem de etanol realizada pelo método do dicromato de potássio. Para o teste de tolerância ao etanol, as cepas foram crescidas em meio rico e posteriormente submetidas ao tratamento à 8% de etanol por 8 h. Para as análises estatísticas foram utilizados os testes ANOVA e Correlação de Pearson.

O ensaio de ploidia demonstrou haver uma cepa haplóide e as demais diplóides. A cepa haplóide apresentou a melhor eficiência fermentativa (9,35%). Com relação à resistência ao etanol, não houve diferença significativa entre as cepas. Análises dos dados demonstram uma correlação forte negativa (r=-0,87) entre eficiência na esporulação e eficiência fermentativa, indicando que quanto menor a ploidia, maior a produção de etanol. Foi observada uma correlação fraca entre a eficiência de esporulação e a resistência ao etanol (r=-0,27), sugerindo que não há uma relação evidente entre as duas variáveis. Apesar de alguns estudos demonstrarem que a poliploidia está relacionada com a maior eficiência fermentativa, os resultados obtidos demonstram o inverso. Possivelmente, o número de genes que contribuiria para o incremento do processo fermentativo em células poliplóides, também influenciaria negativamente durante a fermentação pela ativação de genes indesejados. Sugere-se que outros fatores, além da poliploidia, podem estar relacionados a uma maior eficiência durante a fermentação ou a uma maior resistência a estresse.