25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2153-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

AVALIAÇÃO DO PERFIL CROMATOGRÁFICO E BIOAUTOGRÁFICO DE AMOSTRAS DE PRÓPOLIS VERDE PROVENIENTES DE MINAS GERAIS

Denise de Oliveira Scoaris (FUNED); Ana Carolina Peixoto Moreira (FUNED); Sara Reis Leão (FUNED); Esther Margarida Alves Ferreira Bastos (FUNED)

Resumo

A própolis é uma substância resinosa e balsâmica, de origem botânica variada. O objetivo deste estudo foi avaliar amostras de própolis verde, na tentativa de traçar seu perfil cromatográfico e bioautográfico. Para tanto, foram preparados 24 extratos hidroalcoólicos de própolis, correspondentes a diferentes locais do Estado de Minas Gerais. Após evaporação em estufa a 37º C, por 72 horas, os mesmos foram ressuspendidos em metanol PA, à concentração final de 100 mg/ mL. Estes extratos foram submetidos à cromatografia em camada delgada (CCD), em placas de sílica gel, utilizando como fase móvel metanol/diclorometano (10:90 v/v). A mesma técnica cromatográfica foi empregada para o padrão de flavonóide quercetina, à concentração de 0,2 µg/ mL. Após o processo cromatográfico, realizado em quadruplicata, uma das placas de sílica foi analisada sob à luz UV (254 nm e 366 nm) correspondendo ao gabarito, e as outras foram submetidas a bioautografia frente a Candida albicans ATCC 36802, Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC 25922. Com base na amplitude dos valores de Rf do padrão quercetina, os grupos químicos de ocorrência em própolis foram estabelecidos, sendo possível identificar 16 diferentes grupos, 5 destes comuns a quase todas as amostras (acima de 80%), com valores de Rf entre 0.94-0.98, 0.85-0.89, 0.77-0.81, 0.71-0.75 e 0.64-0.68. Estas substâncias parecem agir como um marcador químico de caracterização para este produto natural. Após determinação do perfil cromatográfico, as placas de sílica foram submetidas à bioautografia. Para Candida albicans foi possível visualizar discreta redução do crescimento microbiano em apenas um grupo químico, de ocorrência comum a 95,83% das amostras, com valor de Rf entre 0,77 e 0,81, sendo esta inibição mais intensa em 11 das 24 amostras. Pela análise bioautográfica da espécie Staphylococcus aureus, foi possível identificar frações com atividade inibitória em 100% das amostras de própolis, com valores de Rf compreendidos entre 0,51 e 0,98. Nenhuma amostra de própolis foi ativa frente à Escherichia coli. Embora a técnica de CCD associada à bioensaios tenha sido bastante efetiva no mapeamento de perfis cromatográficos e bioautográficos de 24 amostras de própolis verde, mais estudos são necessários para identificação dos componentes químicos responsáveis por tal atividade biológica.

 


Palavras-chave:  Microrganismos, Própolis, CCD, Bioautografia