25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2152-2


Área: Imunologia ( Divisão E )

POTENCIAL DIAGNÓSTICO DOS ANTÍGENOS DE LATÊNCIA DO MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS

Bruno Jorge de Andrade Silva (FIOCRUZ); Eliane Barbosa de Oliveira (FIOCRUZ); Margareth Maria Pretti Dalcolmo (ENSP/FIOCRUZ); Alexandre Milagres (HMRPS); Elizabeth Pereira Sampaio (FIOCRUZ); Roberta Olmo Pinheiro (FIOCRUZ)

Resumo

Introdução e Objetivos: Os mecanismos imunes induzidos pelos diferentes antígenos de Mycobacterium tuberculosis (Mtb), especialmente aqueles produzidos durante a infecção latente, não estão bem estabelecidos. No presente trabalho, a atividade de 10 antígenos de latência de Mtb e o ESAT-6, uma proteína secretada na fase inicial do crescimento da micobactéria foi avaliada. Resultados: Todos os antígenos testados modularam a expressão de HLA-DR na superfície de monócitos; entretanto, apenas os antígenos ESAT-6 e Rv2030 foram capazes de reduzir significativamente a expressão deste marcador em relação ao controle não estimulado. Não foi observada diferença significativa no percentual de células CD86+ e CD40+ nas culturas estimuladas com os diferentes antígenos de Mtb quando comparadas ao controle. A análise da produção de citocinas em culturas de células CD14+ de voluntários saudáveis estimuladas com os diferentes antígenos de Mtb demonstrou que nenhum dos antígenos testados foi capaz de modular significativamente a produção de TNF e IL-8. Por outro lado, os antígenos Rv1738 e ESAT-6 foram capazes de aumentar significativamente a produção de TGF-b quando comparados aos controles. A análise do percentual de linfócitos T CD4 expressando CTLA-4 demonstrou que os antígenos 16K e Rv2029 foram capazes de aumentar significativamente a expressão deste marcador em PBMC de voluntários saudáveis. Dois dos antígenos de latência estudados (Rv2029 e Rv2030) foram capazes de induzir resposta proliferativa em células de controles utilizados no estudo. A avaliação da resposta imune celular, determinada através da produção de IFN-g nas culturas, foi realizada em PBMC de 14 controles saudáveis, 12 pacientes com tuberculose pulmonar diagnosticada sem tratamento e 6 pacientes com micobactérias atípicas (NTM). Foi observado que alguns controles responderam aos antígenos de latência, não podendo no momento determinar se esses seriam portadores de tuberculose latente ou se isso é decorrente de resposta cruzada aos antígenos micobacterianos. Uma vez que a resposta imune humoral colabora com a resposta imune celular na defesa contra o Mtb e a detecção de anticorpos no soro contra a micobactéria pode ser um valioso instrumento no diagnóstico, fomos quantificar por ELISA indireto os níveis de IgG1 e IgG2a contra os antígenos Rv2029, Rv2030, 16 kDa e ESAT-6 em soro de 29 pacientes com tuberculose pulmonar, 30 contatos domiciliares de pacientes com tuberculose, 26 pacientes com NTM e 30 controles saudáveis. Níveis elevados de IgG2a foram encontrados em contatos domiciliares quando comparados aos pacientes com tuberculose, controles e com NTM (p<0.05). Os níveis séricos de IgG1 e IgG2a contra o ESAT-6 não foram capazes de discriminar pacientes com tuberculose e controles. Conclusão: Os resultados sugerem que o antígeno de latência Rv2030 pode funcionar como alvo para o diagnóstico da tuberculose latente. CNPq, FAPERJ

 

 


Palavras-chave:  Antígeno, latência, Mycobacterium tuberculosis, resposta imune celular, resposta imune humoral