25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2110-2


Área: Imunologia Clínica e Diagnóstico ( Divisão F )

SÉRIE DE CASOS DE LEPTOSPIROSE INTERNADOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO - RJ

Angélica Tápia de Lima Barbosa (UERJ); Juliana Magalhães Vital-brazil (Fiocruz); Marilza M. R. A. Carvalho (UERJ); Jacob C. Bolívia (UERJ); Geraldo M. B. Pereira (UERJ); Kátia Eliane Santos Avelar (Fiocruz); Martha Maria Pereira (Fiocruz); Paulo Vieira Damasco (UERJ)

Resumo

Nesta série de 25 casos de leptospirose apresentamos 10 casos onde hemograma evidenciou atipia linfocitária. Considerando que a leptospirose é uma doença bacteriana o achado de linfócitos atípicos deve ser motivo para divulgação e investigação científica. Este trabalho tem por objetivo relatar as características demográficas, epidemiológicas, clínicas e laboratoriais de 25 casos de leptospirose internados no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), entre 1996 a 2008. Inicialmente foi feita a revisão de prontuários dos pacientes com diagnóstico de leptospirose; 12 casos com critérios clínico-laboratoriais, e 13 casos com critérios epidemiológicos, clínicos e laboratoriais, porém sem confirmação por microaglutinação. A necrópsia foi realizada em 3 casos. Avaliamos as subpopulações de linfócitos ativados na citometria de fluxo em um caso confirmado. Como resultados obtivemos que a mediana de idade foi 36 anos (±14.6 anos), sendo que a maior média de idade (56 anos) foi encontrada no grupo feminino quando comparada ao outro grupo masculino (34 anos).   Não houve nenhum caso de leptospirose entre adolescentes do sexo feminino. A febre foi registrada em 100% dos casos, mialgia em 90% dos casos e 88% apresentavam icterícia. Das complicações: 76% evoluíram para insuficiência renal, 24% insuficiência respiratória sendo que 16% foram internados no serviço de UTI; um paciente apresentou rabdomiólise. Encontramos uma mortalidade de 16%. No grupo de 10 pacientes com linfócitos atípicos somente 30% não apresentavam insuficiência renal e 80% não evoluíram para insuficiência respiratória. Não houve óbitos no grupo de linfócitos atípicos. Em um caso, o estudo de citometria de fluxo observou 6,8% destes linfócitos expressando γδ. Concluindo, nesta série de 25 casos foi observado 40% de atipia linfocitária no esfregaço sangüineo periférico. Os linfócitos atípicos correspondem uma expansão das células T γδ. Não houve óbitos no grupo com linfócitos ativados, e nenhum caso de leptospirose entre adolescentes do sexo feminino.


Palavras-chave:  Leptospirose, Linfócitos atípicos, Diagnóstico sorológico, Imunologia clínica