25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2103-2


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

SOROPREVALÊNCIA DA LINFADENITE CASEOSA EM CRIAÇÕES COMERCIAIS DE OVINOS NO DISTRITO FEDERAL E NO ESTADO DE SÃO PAULO.

Filipe Borges do Carmo (UFMG); Alessandro de Sá Guimarães (UFMG); Alessandra Mara Alvez Ragozo (USP); Andrey Pereira Lage (UFMG); Aurora Maria Guimarães Gouveia (UFMG); Rebeca Barbosa Pauletti (UFMG); Ricardo Wagner Dias Portela (UFBA); Vitor Salvador Picão Gonçalves (UNB); Marcos Bryan Heinemann (UFMG)

Resumo

A Linfadenite Caseosa (LC) é uma enfermidade crônica, causada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis. Acomete principalmente ovinos e caprinos, ocasionalmente bovinos e equinos e raramente o homem. A LC está mundialmente distribuída. No Brasil, estudos epidemiológicos estimam que a maioria dos rebanhos de ovinos e caprinos brasileiros esteja infectada e que a prevalência clínica exceda 30% dos animais. De acordo com levantamentos sorológicos realizados em vários estados do Brasil, a LC está amplamente difundida geograficamente tanto em caprinos quanto em ovinos. O objetivo deste trabalho foi determinar a soroprevalênia da Linfadenite Caseosa em rebanhos comerciais de ovinos no Distrito Federal e no estado de São Paulo. Em São Paulo foram coletados, em 36 municípios entre março de 2004 e julho de 2006, soros de 457 ovinos sendo que 92,3% tinham menos de um ano de idade e metade eram de raças lanadas e metade mestiços. O sistema de produção era predominantemente intensivo (77,2%). No distrito federal foram colhidos, entre março e junho de 2004, 1028 amostras de 32 propriedades que representavam o total de propriedades do DF que tinham a ovinocultura como sua principal atividade e pelo menos 20 matrizes no rebanho. Os rebanhos do DF são constituídos em sua maioria da raça santa Inês (80,65%) e mestiços. O tipo de exploração é extensivo e semi-intensivo (48,4% e 45,2% respectivamente) A soroprevalência para linfadenite caseosa foi determinada através de um ELISA-Indireto. No Estado de São Paulo foi observada uma soroprevalência de 6,1%. Este fato pode estar relacionado ao sistema de manejo dos animais amostrados ser predominantemente intensivo. Outro fator importante é que a grande maioria dos animais testados tinham menos de um ano de idade. No DF foi verificada uma soroprevalência total de 42,1% para os animais e 50% de propriedades com animais soropositivos. Este resultado pode ser explicado pelo tipo de manejo no DF ser predominantemente extensivo e semi-intensivo. Além disso, muitos destes animais são provenientes da região Nordeste (principalmente Sergipe e Bahia), onde a LC está amplamente difundida. Fica evidente que o tipo de exploração é de fundamental importância na disseminação e manutenção da LC em nossos rebanhos, sendo que os sistemas intensivos são mais eficientes no controle da doença.


Palavras-chave:  Ovinos, Linfadenite Caseosa, Corynebacterium pseudotuberculosis, São Paulo, Distrito federal