25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2103-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

SOROPREVALÊNCIA DA LINFADENITE CASEOSA EM CAPRINOS EM PROPRIEDADES NO ESTADO DO CEARÁ

Filipe Borges do Carmo (UFMG); Alessandro de Sá Guimarães (UFMG); Rebeca Barbosa Pauletti (UFMG); Andrey Pereira Lage (UFMG); Aurora Maria Guimarães Gouveia (UFMG); Fernando Ferreira (USP); Raymundo Rizaldo Pinheiro (CNPCO); Ricardo Wagner Dias Portela (UFBA); Vasco Ariston de Carvalho Azevedo (UFMG); Marcos Bryan Heinemann (UFMG)

Resumo

A Linfadenite Caseosa (LC) é uma enfermidade crônica, causada pela bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis. Acomete principalmente ovinos e caprinos, ocasionalmente bovinos e equinos e raramente o homem. A LC está mundialmente distribuída. No Brasil, estudos epidemiológicos estimam que a maioria dos rebanhos de ovinos e caprinos esteja infectada e que a prevalência clínica exceda 30% dos animais. De acordo com levantamentos sorológicos realizados em vários estados do Brasil, a LC está amplamente difundida geograficamente tanto em ovinos quanto em caprinos. A criação simultânea de caprinos e ovinos no semi-árido nordestino, onde se concentram os maiores rebanhos do Brasil, é frequente. O presente trabalho teve como objetivo determinar a soroprevalência e fatores de risco para Linfadenite Caseosa em rebanhos caprinos do Estado do Ceará. Durante os meses de fevereiro a julho de 1997, foi realizada a coleta de 4712 soros de caprinos em 177 propriedades em diversos municípios do Estado, abrangendo todas as mesorregiões difinidas pelo IBGE.  Por meio de um questionário  foram colhidas  informações de 127 criatórios. A soroprevalência para LC foi determinada através de um ELISA-Indireto. A análise de fatores de risco foi realizada por meio de regressão logística multivariada com auxílio do programa computacional SPSS 15.0. Como  resultado  obtivemos uma soroprevalência  de 26,3%  para animais e 84,5% para propriedades em todo o Estado, não importando o tipo de manejo (extensivo, semi-intensivo e intensivo) nem tipo de exploração (pele, carne e leite). Também não foram observadas diferenças na soroprevalências nas diversas categorias dos animais como sexo, origem e idade, mostrando que os animais estão sendo infectados antes dos 6 meses de idade. Não houve diferença significativa entre as mesorregiões quanto ao percentual de propriedades positivas. Entretanto, considerando o percentual de animais soropositivos, fica evidente que a Região Metropolitana de Fortaleza, Centro-sul e Sul possuem prevalências mais baixas, 14,6%, 11,4% e 14,55% respectivamente, o que pode indicar melhores condições sanitárias. estas regiões possuem importantes pólos de desenvolvimento podendo ser que a presença de um mercado consumidaor mais exigente garanta um cuidado maior por parte dos produtores. Devido a alta prevalência nas propriedades não foi possível determinar os fatores de risco para a LC no Estado do Ceará.


Palavras-chave:  Caprinos, Linfadenite Caseosa, Corynebacterium pseudotuberculosis, Soroprevalência