OCORRÊNCIA DE VIBRIO SP EM PESCADO DO ESTUÁRIO DO RIO BACANGA, SÃO LUÍS-MA

Adenilde Ribeiro Nascimento (UFMA); Franscisca das Chagas Costa Oliveira (UFMA); João Elias Mouchrek Filho (UFMA); Josilene Lima Serra (UFMA); Natanael Eudes Aragão (UFMA); Marlucy Bezerra Oliveira (UFMA)

Em São Luís, a estrutura de saneamento básico é bastante precária e atende a uma pequena parcela da população local, sendo na maioria das vezes, o despejo do esgoto doméstico realizado diretamente na rede de drenagem e, desta, muitas vezes para o mar, influindo diretamente na balneabilidade das águas e na transmissão de doenças de veiculação hídrica. Portanto, este trabalho teve a finalidade de avaliar a incidência de Vibrio sp. no pescado capturado no Estuário do Bacanga da cidade de São Luís/MA. As amostras de pescado foram adquiridas de pescadores locais às margens do estuário. Durante os meses de coletas, foram analisadas vinte e cinco amostras de peixe. O isolamento e identificação de Vibrio sp foi realizado de acordo com técnica descrita pelo Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods. Os resultados revelaram que das 25 amostras de peixes analisadas foram isoladas 63 cepas típicas de vibrios das quais foram identificadas as seguintes espécies: V.parahaemoliticus, V. alginoliticus, V. fluvialis, V.mimicus, V.damsela e V.cincinnatienses. A presença de espécies do gênero vibrios em ambientes estuarinos e de água doce constitui-se um ponto crítico para a saúde pública e os ambientes aquáticos, por serem patógenos infectantes de organismos presentes nesse habitat, tais como camarões, várias espécies de peixes e moluscos, que são freqüentemente consumidos pelas populações riberinhas. Dessa forma, conclui-se que todas as amostras de pescado analisadas durante a estação seca, apresentaram um elevado índice de contaminação por diferentes espécies de Vibrio sp, provavelmente devido a manipulação inadequada durante o processo de captura do animal e armazenamento. Assim, torna-se necessário à adoção de medidas preventivas e corretivas baseadas nas BPM (Boas Práticas de Manufatura) que pode auxiliar na redução destes patógenos, prevenindo a ocorrência de doenças de transmissão alimentar (DTA), a contaminação cruzada e recontaminação de pescados durante a manipulação e processamento.