25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2087-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

OS TESTES PRESUNTIVOS DE BACITRACINA E CAMP-TEST CONTINUAM A IDENTIFICAR COM CONFIABILIDADE OS ESTREPTOCOCOS BETA HEMOLÍTICOS?

Rosângela Stadnick Lauth de Almeida Torres Torres (LACEN-PR); Caroline Wosniak Wosniak (UP); Anna Gubert Gubert (UP)

Resumo

INTRODUÇÃO: Os Estreptococos Beta Hemolíticos (EBH) compreendem espécies importantes, responsável por grande variedade de infecções nos seres humanos, podendo ser simples como uma  faringite ou ainda disseminar e causar doenças invasivas como pneumonia, meningite e sepsis. Os estreptococos do grupo A (S. pyogenes) e os Streptococcus do grupo B (S. agalactiae) são reconhecidas em todo mundo pela alta freqüência e gravidade  de suas infecções, mas nos últimos anos vários relatos na literatura descrevem infecções pelos grupos sorológicos C e G. O diagnóstico laboratorial é de vital importância, devendo ser rápido, preciso e contribuir para melhor compreensão destas patologias. O objetivo deste estudo foi avaliar a especificidade e o grau de confiabilidade dos métodos presuntivos (Bacitracina, Sulfametoxazol Trimetoprim (SUT) e CAMP-Test utilizados rotineiramente pelos laboratórios clínicos e compara-los com o teste de PYR (L pyrrolidonil-beta-naphtylamide) e o teste de aglutinação em Látex. METODOLOGIA: Um total de 349 isolados consecutivos de EBH, recuperados de diversos sítios anatômicos foram identificados no Laboratório Central do Estado do Paraná-LACEN. A identificação foi baseada no achado de colônias puntiformes rodeadas de amplo halo de hemólise total, que após coloração de Gram apresentaram-se como cocos Gram positivos e catalase negativos. Nestes isolados foi aplicado  os testes presuntivos, teste de PYR e a prova do látex sensibilizado por anticorpos grupo-específicos A, B, C, D, F e G. Os isolados de EBH que apresentaram colônias diminutas e teste de Voges Proskauer positivo não foram utilizadas no estudo. RESULTADOS: Das 349 cepas analisadas, 107 (30,7%) pertenciam ao grupo A, 50 (14,3%) ao grupo B, 145 (41,5%) ao grupo C e 47 (13,5%) ao grupo G pela aglutinação do látex.Todos isolados do grupo A  foram susceptíveis a bacitracina; 26/107 (24,3%) foram susceptíveis ao SUT e 3/107 (2,8%) foram prova de CamP-Test positivo. Entre os isolados do grupo B  todos apresentaram a prova de CAMP-Test positiva, 5/50 (10,0%) foram sensíveis ao SUT e 3/50 (6,0%) foram suceptíveis a bacitracina. 15/145 (10,3%) isolados do grupo C foram susceptíveis a bacitracina, 3/145 (2,0%) foram resistentes ao SUT e nenhum isolado foi CAMP-Test positivo. 18/47 (38,2%) isolados do grupo G foram susceptíveis a bacitracina, 3/47 (6,4%) foram resistentes ao SUT e todos negativos ao CAMP-Test. Apenas os isolados do grupo A foram positivos ao teste de PYR. CONCLUSÃO: Os testes presuntivos apresentam alta sensibilidade e baixa especificidade quando comparado com ao teste de aglutinação em látex na identificação dos SBH. A utilização PYR em conjunto aos testes presuntivos aumenta a confiabilidade na utilização destas provas.


Palavras-chave:  Bacitracina, CAMP-test, Especificidade, Sensibilidade, Streptococcus