25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2084-1


Área: Virologia ( Divisão P )

IDENTIFICAÇÃO DE GENES E VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO EM CARCINOMA DE PÊNIS

Mânlio Tasso de Oliveira Mota (IBILCE/UNESP); Érica Babeto (IBILCE/UNESP); Jane Bonilha (FAMERP); Gustavo Medeiros (FAMERP); José Germano Ferraz Arruda (FAMERP); Paula Rahal (IBILCE/UNESP)

Resumo

INTRODUÇÃO. O carcinoma de pênis (CP) é um tumor epitelial invasivo com alta morbidade. Apesar de raro em países desenvolvidos apresenta, no Brasil, incidências entre 2,9 e 6,8 por 100.000 habitantes. O status social, econômico e cultural dos pacientes dificulta o diagnóstico precoce, tratamento e seguimento dos pacientes. Pacientes sem tratamento freqüentemente morrem dentro de dois anos após diagnóstico das primeiras lesões, mas quando diagnosticado em estágio inicial, o CP tem elevada taxa de cura. A etiologia e os fatores moleculares que influenciam no desenvolvimento do CP ainda não são totalmente conhecidos, mas nos últimos anos diversos estudos correlacionaram infecção por HPV com o desenvolvimento do tumor. Este projeto tem como objetivo identificar genes diferencialmente expressos em tecidos tumorais e normais e o possível papel do vírus do papiloma humano (HPV) no desenvolvimento de CP.

MATERIAL E MÉTODOS. Amostras normais e tumorais de pacientes com CP foram submetidas à metodologia de RaSH (Rapid Subtraction Hybridization) para elaboração das bibliotecas subtrativas. Amostras de 27 pacientes foram testadas por PCR para a presença de HPV.

RESULTADOS E DISCUSSÃO. A metodologia de RaSH revelou 57 genes diferencialmente expressos sendo 30 genes em tecidos tumorais e 27 genes em tecidos normais. Os genes mais relevantes na biblioteca tumoral foram PBEF1 (pre-B-cell colony enhancing factor 1) e ANXA1 (Annexin A1), relacionados com a proliferação celular e efeitos antiapoptóticos e RPL6 (ribossomal protein L6) e KIAA1033 sem função conhecida em tumores, e na biblioteca normal p16 (INK4a), um gene supressor de tumor. Em análise feita para verificar a presença de HPV foi constatada alta prevalência (85%) deste vírus nos tecidos tumorais.

CONCLUSÃO. O RaSH é uma ferramenta eficiente e sensível para análise das alterações moleculares no desenvolvimento e progressão do CP. Os potenciais marcadores moleculares encontrados nesse trabalho poderão melhorar nossa compreensão molecular do carcinoma peniano e auxiliar o diagnóstico, tratamento e o prognóstico. A alta prevalência de HPV sugere um importante papel deste vírus na gênese do CP.


Palavras-chave:  Carcinoma de pênis, HPV, RaSH