25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2079-1


Área: Imunologia ( Divisão E )

ANÁLISE DA CAPACIDADE MIGRATÓRIA DE CÉLULAS DENDRÍTICAS NA PARACOCCIDIOIDOMICOSE EXPERIMENTAL

Suelen Silvana dos Santos (USP); Karen Spadari Ferreira (UNIFESP); Sandro Rogério de Almeida (USP)

Resumo

Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada por Paracoccidioides brasiliensis (Pb),  que acomete preferencialmente o pulmão, sendo este um dos poucos órgãos que está em continua e intensa interação com o meio ambiente e o sistema imune. O grande desafio para o sistema imune pulmonar é discriminar o que é nocivo e reagir de acordo. As células dendríticas (CDs) são apresentadoras de antígenos "profissionais" capazes de fazer o processamento do antígeno e a apresentação de peptídeos a linfócitos T e são ideais para manter este equilíbrio delicado entre a tolerância e uma resposta imune efetora. Em vários modelos de doenças infecciosas, CDs estão sendo estudadas por sua capacidade de mimetizar adjuvante e em modelos de vacinação, mediando proteção contra bactérias, vírus, parasitas ou patógenos fúngicos. Como CDs são uma das principais células iniciadoras da resposta imune e sabendo que a infecção pulmonar é o foco primário na PCM, o objetivo deste trabalho, foi caracterizar células de lavado broncoalveolar após infecção com Pb e analisar a capacidade de migração de CDs derivadas da medula óssea para os órgãos linfóides na presença do fungo. Para esta análise, CDs foram diferenciadas a partir de células de medula óssea de tíbia e fêmur de camundongos BALB/c e marcadas com CFSE. As mesmas foram pulsadas com leveduras de Pb (1:1), e 50ml dessa suspensão injetados intra-traquealmente nos camundongos. Após 12 e 24 horas foram analisados o lavado broncoalveolar e linfonodos torácicos quanto a presença de células CD11c+DEC-205+ e  de células CFSE+CD11c+, respectivamente. Como controle negativo, utilizamos PBS e CDs não pulsadas com o fungo. A caracterização de células de lavado broncoalveolar, após infecção com Pb, mostrou que houve um recrutamento de células CD11c e DEC-205 após 24 horas de infecção com Pb.  Por outro lado, os resultados mostraram que CD geradas de medula óssea, pulsadas com P.b(CFSE+CD11c+) e transferidas a animais via intra-traqueal, migraram para os linfonodos torácicos apos 12 horas. Além disso, não observamos CDs nos linfonodos regionais, quando analisamos os grupos controle. Esses resultados sugerem que o fungo Pb foi capaz de ativar as CDs, induzindo sua migração para linfonodos regionais em um curto período após infecção , podendo assim, iniciar uma resposta imune através da apresentação de antígenos fúngicos, com conseqüente polarização de células T.

Financiamento: FAPESP (nº 08/50369-2) e CNPq.

Palavras-chave: Paracoccidioides brasiliensis, Paracoccidioidomicose, células dendríticas


Palavras-chave:  Paracoccidioidomicose, Paracoccidioides brasiliensis, Células dendríticas