CARACTERIZAÇÃO DE POLIMORFISMOS E EXPRESSÃO GÊNICA DIFERENCIAL DE ENZIMAS RELACIONADAS AO ESTRESSE OXIDATIVO EM LINHAGENS DEGRADADORAS DO HERBICIDA MESOTRIONE.

Stela Becher (UEPG); Bruna Rotta Braga (UEPG); Giselle de Carvalho (USP/ESALQ); Paula Fabiane Martins (USP/ESALQ); Rafael Bertoni da Silveira (UEPG); Leila Priscila Peters (USP/ESALQ); Ricardo Antunes de Azevedo (USP/ESALQ); Guilherme Schnell E Schühli (UEPG); Marcos Pileggi (UEPG); Sônia Alvim Veiga Pileggi (UEPG)

A crescente industrialização tem exposto animais, plantas e microrganismos a uma série de elementos potencialmente tóxicos com efeitos danosos à saúde pública e ao meio ambiente. O uso mundial de pesticidas tem aumentado substancialmente durante as últimas duas décadas, acompanhando as mudanças nas práticas agrícolas e na intensificação da produção de alimentos. O mesotrione, 2-(4-mesil-2-nitrobenzoil) ciclo-hexano-1,3-diona, é um herbicida de nome comercial Callisto®, representante do grupo químico tricetona, que possui alto potencial de deslocamento no solo. Este trabalho objetivou isolar, caracterizar e comparar linhagens bacterianas com diferentes níveis de tolerância ao mesotrione, oriundas de solos sem tratamento e previamente tratados com o herbicida, e avaliar a resposta do sistema antioxidativo gerado pela presença do mesotrione em linhagens bacterianas para as enzimas catalase, superóxido dismutase e glutationa redutase. As linhagens foram cultivadas em meio nutritivo (sem mesotrione) e em doses crescentes de herbicida (2,26mM e 1131mM). Para a determinação das proteínas totais, foi utilizado o método de eletroforese em sistema desnaturante SDS-PAGE, e a análise da atividade enzimática de catalase, superóxido dismutase e glutationa redutase, foi realizada por eletroforese em sistema não-desnaturante PAGE e por espectrofotometria. As enzimas CAT, SOD e GR mostraram eficiência no combate ao estresse oxidativo induzido pelo mesotrione. A linhagem Acinetobacter calcoaceticus apresentou uma baixa atividade enzimática em resposta ao estresse oxidativo causado pelo herbicida mesotrione em relação à linhagem Moraxella sp., devido à primeira tolerar concentrações mais altas do herbicida. Moraxella sp. apresentou maior quantidade de isoformas, consequentemente maior atividade enzimática, resultado da alteração de processos fisiológicos, possivelmente por ser uma linhagem pouco tolerante ao mesotrione e necessitar de uma adaptação enzimática mais elaborada para suportar o estresse. Em baixas doses (2,26mM) o herbicida induz à atividade de algumas enzimas antioxidantes, entretanto, em maiores (1131mM), elas são expressas em menor quantidade, talvez devido à saturação do sistema antioxidativo, ou pela ação tóxica do mesotrione, inibindo a atividade enzimática. Estudos de crescimento celular estão sendo realizados para tentar responder a estas questões.