Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K ) PESQUISA DE PATOTIPOS DE ESCHERICHIA COLI EM PRODUTOS CÁRNEOS COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE NITERÓI, RJ.
Davi Siqueira Couto da Cunha Heckert Alves da Costa (UFF); Raquel Sant’anna (UFF); Guilherme Mayrink Barandas (UFF); Lavície Rodrigues Arais (UFF); Cecilia Matheus Guimarães (UFF); Aloysio de Mello Figueiredo Cerqueira (UFF)
Resumo
INTRODUÇÃO: A maioria das
amostras de Escherichia coli são
comensais do intestino do homem e de animais. No entanto, diversos patotipos
são reconhecidos e associados a doenças por vezes muito graves. Os patotipos
causadores de infecções intestinais e mais relacionados à transmissão via
alimentar incluem: E.coli produtora
de toxina Shiga (STEC), E.coli
enteropatogênica (EPEC), E.coli
enteroinvasiva (EIEC) e E.coli
enterotoxigênica (ETEC). O presente estudo teve como objetivo avaliar a
ocorrência destes patotipos, em 50 amostras de hambúrguer de origem bovina e de
aves pelas técnicas microbiológicas e moleculares. O hambúrguer mal cozido é
apontado como um dos principais fatores de risco de infecções esporádicas e
surtos causados por E.coli. METODOLOGIA: As amostras foram coletadas e transportadas ao
laboratório sob refrigeração aonde uma alíquota de 25g foi inoculada em 225 mL
de caldo triptona fosfato (TP), homogeneizadas e incubadas por 20 horas a 44°C. Um volume de 1 mL da
cultura foi centrifugado e o “pellet”, ressuspenso em 200 µL de solução salina
tamponada (PBS). A suspensão foi inoculada em Ágar CLED para obtenção de um
crescimento confluente, do qual foi preparada, após incubação a 37°C/24h, uma
suspensão em PBS. Uma
alíquota de 0,5 mL da suspensão foi homogeneizada com idêntico volume de meio
TSB em dupla concentração acrescida de 20% v/v de glicerol e imediatamente
congelada a –25°C, para análise posterior. O DNA molde foi obtido a partir de
uma alíquota da suspensão diluída a 1:10 em PBS e aquecida a 100°C por 10 min. O DNA molde
foi submetido a ensaios de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), com utilização
de iniciadores para amplificação de seqüências de genes marcadores dos
patotipos STEC (stx1, stx2, eae) , EPEC (eae), EIEC (ipaH), e ETEC (lt-I,
st-A, st-B). RESULTADOS: Treze amostras (26%) foram positivas para pelo menos
um dos genes investigados. Dez (20%) amostras foram positivas para o gene eae;
três (6%) amostras apresentaram o gene stx2; uma amostra (2%) o gene stx1, duas
(4%) amostras apresentaram o gene lt-I, e uma (2%) o gene st-A. Nenhuma amostra
foi positiva para a presença dos genes ipaH e stB. Três amostras apresentaram
resultados positivos para mais de um gene marcador; uma amostra possuia os
marcadores stx1 e stx2; uma amostra os marcadores stx2 e eae e uma amostra
possuia os marcadores stx2, eae e lt-I. CONCLUSÃO: A elevada
ocorrência de patotipos de E. coli
detectada nas amostras estudadas alerta para a necessidade de uma vigilância
constante da presença deste microrganismo e reitera a importância de práticas
adequadas de higiene e processamento dos alimentos a fim de prevenir a
ocorrência de surtos e casos esporádicos.
Palavras-chave: ALIMENTOS, E. COLI, PCR, STEC |