25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2043-1


Área: Patogenicidade Microbiana ( Divisão D )

EFEITO DO INTERFERON GAMA SOBRE A MATURAÇÃO DE VACÚOLOS CONTENDO ESTREPTOCOCOS DO GRUPO B EM CÉLULAS ENDOTELIAIS HUMANAS

Viviane de Oliveira Freitas Lione (Unifesp); Marcele Marcolino França (DBCel); Prescilla Emy Nagao Ferreira (DBCel); Renato Arruda Mortara (Unifesp)

Resumo

Introdução: Durante o desenvolvimento de infecções, patógenos são capazes de romper barreiras impostas pelo hospedeiro, constituídas por células epiteliais, endoteliais e suas lâminas basais. Para ultrapassar essas barreiras, muitos microrganismos patogênicos, em particular, os Estreptococos do grupo B (EGB), devem elaborar mecanismos eficazes de adesão a esses substratos, degradação tecidual e de invasão celular. Tendo em vista a importância dos estreptococos do grupo B nas infecções humanas e, do pouco conhecimento sobre os mecanismos moleculares pelo qual esta bactéria causa doenças e evade do ataque do sistema imune, o principal objetivo deste trabalho foi investigar a influência do IFN-g no processo de interação entre EGB - células endoteliais.

Metodologia: Monocamada confluente de HUVEC foi tratada com IFN-g e infectadas com EGB, objetivando os ensaios de adesão, invasão e viabilidade intracelular, realizados através do método de exclusão da gentamicina/penicilina. Além disso, a persistência bacteriana foi contabilizada através de microscopia óptica. Após invasão, foi realizada transfecção das células endoteliais para RAB5 (marcador de endossomo precoce) e marcação com anticorpo monoclonal para LAMP-1 (marcador de endossomo tardio), para acompanharmos a maturação dos vacúolos endoteliais contendo o EGB por microscopia de fluorescência e microscopia confocal a laser.

Resultados:    O IFN-g reduziu a aderência dos EGB às HUVECs até 1h, no entanto, observamos um aumento após 2h de incubação. Além disso, a invasão bacteriana aumentou após 0,5h de interação, apresentando maior pico em 2h. Por outro lado, a sobrevivência da amostra 90356/líquor-III foi parcialmente reduzida pelo IFN-g, principalmente após 1h, chegando aproximadamente a 40% da sobrevivência intracelular em 24h. Em paralelo, após endocitose, os vacúolos contendo EGB adquiriram RAB5 nas primeiras 0,5h, após invasão bacteriana do endotélio, com diminuição em 1h. Além disso, os vacúolos adquiriram o marcador LAMP-1, principalmente após 2h de incubação com o microrganismo. Estes resultados indicam pela primeira vez que os vacúolos endoteliais contendo EGB estão sofrendo processo de maturação ao longo do tempo, com aquisição de marcadores tanto de endossomo precoce quanto de endossomo tardio.

Conclusões: O EGB foi capaz de aderir, invadir e sobreviver no interior das células endoteliais estimuladas com IFN-g e esta citocina aumenta o processo de maturação dos fagossomos endoteliais contendo a bactéria.

Financiamento: FAPERJ, FAPESP, CAPES e CNPq.


Palavras-chave:  ESTREPTOCOCOS DO GRUPO B, CÉLULAS ENDOTELIAIS, INTERFERON GAMA, MARCADORES ENDOSSOMAIS