25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2028-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

BIOPROSPECÇÃO DE MICRORGANISMOS EPIFÍTICOS DE ECOSSISTEMAS DA SERRA DO ESPINHAÇO NA REGIÃO DO VALE DO ALTO JEQUITINHONHA COM ATIVIDADE ANTIMICROBIANA

Rinaldo Duarte (UFVJM); Juliana Azevedo Veloso (UFVJM); Paula Danila Miragaia Nogueira (UFVJM)

Resumo

Introdução: O Brasil é, dentre todos os países do mundo, o que possui a maior biodiversidade. Entretanto, se por um lado ela está a nossa disposição, por outro lado ela ainda é pouco explorada. Assim como existe uma potencialidade muito grande para a exploração de plantas e animais, maior ainda é a potencialidade do uso de micro-organismos. Estimativas globais sugerem que a superfície total de folhas colonizáveis por micro-organismos é de aproximadamente 6,4 x 108 Km2 e que a população de bactérias nessa superfície pode chegar a aproximadamente 1026 células. Bactérias epifíticas têm papel importante no ciclo do nitrogênio, dentre outros nutrientes, e podem contribuir para a nutrição vegetal. Adicionalmente, microrganismos da filosfera podem ter papel fundamental no controle de patógenos oportunistas.

Objetivos: Isolar bactérias e leveduras epifíticas de ecossistemas da Serra do Espinhaço e avaliar o potencial dos isolados como fontes de moléculas com atividade antimicrobiana.

Material e Métodos: As amostras de folhas foram pesadas, diluídas e plaqueadas em placas de Petri contendo ágar BHI e ágar Sabouraund e incubadas a 30°C/48 horas para isolamentos de bactérias e leveduras, respectivamente. Para o ensaio de atividade antagonista, dez micro-litros das culturas puras das bactérias isoladas foram inoculados em pontos equidistantes sobre uma placa de ágar BHI e incubadas a 30°C/24 horas em aerobiose. Após a incubação, as colônias foram mortas pela exposição ao clorofórmio por 30 minutos e as placas cobertas com 3,5 mL de ágar BHI semi-sólido inoculado com 0,1 mL de uma cultura da bactéria reveladora sendo incubadas a 35°C/24 horas. Uma zona clara em volta da colônia foi considerado como resultado positivo, indicando atividade antagonista. O meio Agar killer foi utilizado para o teste de atividade killer. Um mL da suspensão de 106 células da levedura reveladora foi adicionado a 19 mL de meio ágar fundido e despejado em uma placa de Petri. As culturas puras das leveduras isoladas foram semeados sobre a superfície do ágar de maneira a formar uma linha com crescimento confluente. Uma zona clara de inibição sobre a superfície em volta da colônia dos isolados e, ou circundada por um halo azul escuro foi considerado resultado positivo.

Resultados: Foram isoladas 231 bactérias e 118 leveduras de 27 espécies de plantas pertencentes a 15 famílias distintas. Dezesseis linhagens bacterianas produziram algum de tipo de substância antagonista contra pelo menos uma das seguintes reveladoras: E. colii, S. flexneri, S. Typhimurium, S. aureus, L. monocytogenes, B. cereus. E apenas duas leveduras apresentaram atividade killer contra C. glabatra, C. parapsilosis e C. glabrata.

Conclusão: Apesar das condições adversas para colonização da superfície foliar foi possível isolar micro-organismos desse ambiente. Alguns desses isolados apresentou atividade antimicrobiana, com potencial para aplicação biotecnológica.

Apoio: FAPEMIG 


Palavras-chave:  Filosfera, Atividade antagonista, Atividade Killer