25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2022-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DE BACTÉRIAS DO GÊNERO STREPTOCOCCUS A PARTIR DA PLACA DENTAL DE CÃES

Vítor de Oliveira Silva (UFV); Fábio Alessandro Pieri (UFV); Raphaela Mansur (UFV); Mayara Pereira Lotério (UFV); Maria Aparecida Scatamburlo Moreira (UFV)

Resumo

A doença periodontal, afecção de maior prevalência entre os cães com idade superior a quatro anos, acomete cerca de 85% dos mesmos. Sabe-se que a formação da placa dental, agente etiológico da doença, ocorre em humanos a partir de cocos Gram positivos, com especial menção ao gênero Streptococcus. Atualmente, porém, a participação deste gênero na formação da placa em cães ainda se encontra indefinida. O presente estudo teve como objetivo padronizar uma metodologia para o isolamento de Streptococcus da cavidade oral de cães jovens com idade inferior a dois anos, idade na qual a doença ainda não está estabelecida e a placa ainda está em formação, a partir da adaptação de duas técnicas existentes, estabelecendo o envolvimento deste microrganismo com a formação da placa dental nestes animais. A placa dental foi extraída com suabe e transferida para solução tampão com pérolas de vidros, e submetida à agitação. O inóculo puro e três diluições seriadas, 10-1 a 10-3, foram semeados em ágar mitis salivarius sob microaerofilia. As colônias obtidas foram isoladas em caldo BHI re-incubadas por 24 horas. As culturas obtidas foram transferidas e incubadas por 24 horas em ágar sangue para análise da atividade hemolítica. Utilizou-se a coloração de Gram, para identificação das bactérias quanto à forma, arranjo e característica tintorial. Foram isoladas 43 colônias, todas se apresentando Gram positivas. Destes isolados, 46,5% apresentavam forma celular e arranjo característicos do gênero Streptococcus, 16,3% apresentavam cocos dispersos com poucas cadeias, não configurando claramente o gênero, e 37,2% eram cocos com arranjos diferentes. O teste realizado em ágar sangue revelou que 30,2% dos isolados eram β-hemolíticos, 32,6% eram α-hemolíticos, 20,9% eram δ hemolíticos e 16,3% não puderam ser determinados devido à dificuldade para visualização dos halos. Conclui-se que a técnica empregada foi eficaz no isolamento de bactérias do gênero Streptococcus, viabilizando o emprego da técnica como padrão para isolamento das mesmas a partir da cavidade oral de cães. Adicionalmente, o estudo apresenta o envolvimento do gênero com a microbiota inicial da placa bacteriana dental nestes animais.


Palavras-chave:  Isolamento, Streptococcus, Placa, Dental, Cães