25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2008-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

MENINGITES BACTERIANAS EM DOIS HOSPITAIS DE GRANDE PORTE DE CAMPO GRANDE - MS, 2005-2008

Fernando Aguilar Lopes (NHU/UFMS); Marilene Rodrigues Chang (DFB/UFMS); Nadia Cristina Pereira Carvalho (NHU/UFMS); Luiz Gonçalves Mendes Junior (ABCG - SANTA CASA); Dênio Lopes Almeida (DFB/UFMS); Maria Rita Sat'ana (NHU/UFMS)

Resumo

Introdução: Meningite bacteriana é a mais comum e importante infecção do sistema nervoso central, algumas vezes associada a alta letalidade e/ou permanentes seqüelas. Conhecer o perfil etiológico dessa doença tem valor epidemiológico e fundamental nas decisões terapêuticas e profiláticas. No Mato Grosso do Sul dados sobre meningite bacteriana são escassos. Por isso, objetivou neste estudo avaliar e divulgar o perfil etiológico das meningites bacterianas em pacientes atendidos em dois Hospitais que prestam atendimento regional.

 

Métodos: Este estudo foi realizado em Campo Grande – MS e inclui dados de culturas de líquido cérebro-espinhal realizadas pelo laboratório da Associação Beneficente de Campo Grande – Santa Casa e pelo laboratório do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no período de 01/01/2005 a 31/12/2008. Os microrganismos foram isolados e identificados de acordo com metodologia convencional. A susceptibilidade antimicrobiana foi determinada pela técnica de difusão em ágar, padronizada pelo Clinical Laboratory Standards Institute.

 

Resultados: No período foram realizadas 1910 culturas de líquido cérebro-espinhal, das quais 102 (5,34%) foram positivas. Entre os organismos identificados, os mais freqüentes foram: Streptococcus pneumoniae (20,6%), Acinetobacter baumannii (19,6%), Enterobactérias (15,7%), Pseudomonas aeruginosa (12,7%) e Staphylococcus Coagulase Negativa - SCN (12,7%). Somente uma amostra de S. pneumoniae foi resistente à penicilina. Frente ao imipenem, a resistência encontrada foi de 68,42% para A. baumannii e 41,67% para P. aeruginosa. Com relação as Enterobactérias, 60% foram resistentes à ceftriaxona. Entre os SCN, foi observada 66,7% de resistência a oxacilina. Dos 102 casos, 56 pacientes foram a óbito.

 

Discussão: O diagnóstico laboratorial das meningites é fundamental para a vigilância epidemiológica e para o adequado tratamento dos casos. A prevalência de S. pneumoniae encontrada em nossa casuística está acima da observada em outros estudos nacionais. A frequencia de meningites por patógenos hospitalares como A. baumannii e P. aeruginosa representa uma importante preocupação para os Serviços de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, uma vez que esses dados são pouco divulgados. A letalidade geral de 45,1% foi considerada alta para quase todas as etiologias. Esse fato pode refletir questões de ordem assistencial e/ou seleção de casos graves à internação relacionadas ao perfil do hospital de alta complexidade.

Conclusão: Os resultados revelam que o padrão de sensibilidade de S. penumoniae é semelhante a relatos da literatura, mas é importante destacar o elevado número Acinetobacter e Pseudomonas com padrões de multiresistência sugerindo meningite hospitalar.


Palavras-chave:  Diagnóstico, Líquido cérebro-espinhal, Meningite bacteriana