25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2006-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

INFLUÊNCIA DOS BIOFILMES NA COLONIZAÇÃO DE COMUNIDADES BENTÔNICAS MARINHAS

Marcelly Miranda Aybal Jayme (UERJ); Otto Castro Nogueira (UERJ); Camila da Silva Oliveira (UERJ); Luis Felipe Skinner (UERJ); Fábio Vieira Araujo (UERJ)

Resumo

Todos os substratos dos ambientes marinhos são cobertos por biofilmes compostos de complexas camadas de matéria orgânica e microrganismos (principalmente bactérias e diatomáceas). Estes biofilmes podem modificar as propriedades físico-químicas do substrato e regular o comportamento de muitas larvas de invertebrados; inibindo ou mesmo promovendo o assentamento destas nestes substratos. Estes comportamentos contraditórios podem ser conseqüência das diferenças quantitativas e qualitativas observadas nos biofilmes devido a variações espaciais e temporais nos parâmetros ambientais. A fim de estudar a sucessão microbiana e sua influência no processo de assentamento de invertebrados bentônicos, foram colocadas placas de petri abertas com e sem papel de filtro estéreis nas regiões da Urca e Praia Vermelha, RJ. Durante a sucessão, algumas destas placas foram transplantadas de um local a outro. Placas transplantadas e desenvolvidas exclusivamente em cada um dos locais foram retiradas após 5, 7 e 10 dias de imersão. Com auxílio de um swab, os biofilmes das placas sem papel de filtro foram amostrados e semeados em placas contendo marine Agar e incubados a 25C por uma semana. A partir dos filtros colocados nas outras placas procedeu-se a extração de DNA, amplificação destes por PCR usando primer universal para bactérias e análise em DGGE. Até o momento foram isolados 13 diferentes morfotipos da Praia Vermelha e 10 da Urca; que estão sendo submetidos a identificação bioquímica. Análise do DGGE mostrou que os biofilmes dos dois locais diferem entre si e que a comunidade presente até o quinto dia é bem diferente das encontradas com sete e dez dias de imersão em ambos os locais.  Placas transplantadas de um local a outro durante a sucessão mostrou que o estágio final da sucessão microbiana é influenciado pela comunidade presente na Urca. O biofilme influenciou positivamente a colonização na Urca, mas não na Praia Vermelha. Placas desenvolvidas exclusivamente na Urca apresentaram maior colonização por invertebrados do que as transplantadas em 5 e 7 dias respectivamente e do que no controle. Isto sugere grande relação entre a idade e a sucessão microbiana e a colonização por invertebrados.

 

Apoio FAPERJ


Palavras-chave:  Biofilme, DGGE, Invertebrados bentônicos