25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:2003-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

 ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS PROVENIENTES DA MUCOSA NASAL DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS

Kênia Cássia Pinto Gazola (FCS/FUMEC); Adriana Santos (FCS/FUMEC); Bruno Moura Oliveira (FCS/FUMEC); Carolina Dal Bianco Benini Freitas (FCS/FUMEC); Daniela Cunha Freire (FCS/FUMEC); Laura Nunes Ferreira Araújo (FCS/FUMEC); Mayara Cristina Oliveira Ferreira (FCS/FUMEC); Ana Amélia Paulocci Almeida (FCS/FUMEC)

Resumo

A bactéria Staphylococcus aureus está presente em cerca de 30% da população humana saudável nas cavidades nasais e na pele. Os portadores nasais podem, por meio das mãos, desempenhar papel importante na disseminação do microrganismo, principalmente através de alimentos por eles manuseados, como é o caso dos manipuladores de alimentos. A bactéria produz uma toxina termoestável que não é inativada mesmo quando o alimento é aquecido. Portanto, o microrganismo pode ser morto pelo calor, mas a toxina produzida durante a sua proliferação no alimento continua ativa e pode provocar os sintomas. O trabalho foi realizado em restaurantes da cidade de Belo Horizonte e região metropolitana, que manipulavam alimentos in loco. Amostras da mucosa nasal de 49 manipuladores de alimentos foram colhidas com swab esterilizado em meio Tioglicolato e inoculado em ágar manitol, incubadas a 370C/48h. As amostras manitol positivo foram submetidas aos testes confirmatórios pela produção das enzimas coagulase e DNase. Os resultados mostraram a incidência de 24,5% de manipuladores portadores de S. aureus na mucosa nasal. Acredita-se que esta baixa incidência possa estar relacionada à faixa etária e ao uso indiscriminado de antimicrobianos, uma vez que esta prática errônea tem sido bastante difundida na comunidade, possivelmente provocando alterações na microbiota normal humana e contribuindo para o problema da disseminação de microrganismos multiresistentes as drogas. Posteriormente, as amostras serão avaliadas quanto à susceptibilidade a diferentes antimicrobianos incluindo oxacilina e vancomicina. As amostras também serão submetidas a ensaios moleculares para verificação da presença do gene eap (teste confirmatório da identificação como espécie S. aureus) e também do gene mecA (pré-requisito para a resistência intrínseca a todos os antimicrobianos beta-lactâmicos). Considerando a importância de portadores da bactéria S. aureus entre o grupo de manipuladores de alimentos, destaca-se a necessidade de se adotar medidas de controle que minimizem a disseminação deste patógeno e, desse modo, previnam as toxinfecções alimentares. Apoio: FUNADESP; FUMEC.


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, intoxicação alimentar, manipulador de alimentos