PESQUISA DOS GENES STX1 E STX2 EM AMOSTRAS DE FEZES BOVINAS, LEITE CRU E LEITE PASTEURIZADO.

Beatriz Nacif Pinto Fernandes (UFF); Ileska Suzana Godeiro das Neves (UFF); Luciana Justo Beserra (UFF); Joyce Bezerra do Carmo (UFF); Jesieli Braz Frozi (UFF); Alice Gonçalves Martins Gonzalez (UFF)

As Escherichia. coli envolvidas em doença intestinal são denominadas E. coli diarreiogênicas, e são agrupadas em cinco categorias com base em características de virulência e diferenças quanto à epidemiologia e composição antigênica O:H. Entre as E. coli diarreiogênicas estão as E. coli produtora de toxina Shiga (STEC/EHEC). STEC está envolvida em doenças humanas tais como diarréia sanguinolenta, colite hemorrágica (CH), síndrome hemolítica urêmica (SHU), destacando-se por sua potencial letalidade. O gado bovino, principalmente animais jovens, tem surgido como principal reservatório de STEC, incluindo o sorotipo O157:H7. Estudos sorológicos sugerem que a grande maioria dos bovinos é exposta a STEC em algum momento de sua vida. As fezes bovinas podem ser uma importante fonte de reinfecção do gado e uma possível fonte de contaminação do ambiente. Este trabalho teve por objetivo analisar a ocorrência de STEC em fezes bovinas e em leite cru e pasteurizado em propriedades do Leste Fluminense. Foram colhidas 12 amostras fecais de bovinos sadios provenientes de uma propriedade de regime leiteiro entre maio e novembro de 2007. O material fecal foi colhido diretamente do animal através de swab retal e semeado em placas com meio CLED. Foram colhidas 14 amostras de leite cru (50% do úbere e 50% do tanque de resfriamento) em 7 fazendas de gado leiteiro e 2 amostras de leite pasteurizado, no mesmo período citado anteriormente. As amostras a partir do swab retal foram semeadas diretamente em placas com meio CLED e as amostras de leite foram processadas e semeadas neste mesmo meio. O sobrenadante obtido a partir do crescimento polimicrobiano em CLED foi utilizado como DNA molde sendo submetidos à PCR multiplex para pesquisa dos genes stx1 e stx2. Das amostras fecais analisadas, 58,3% foram positivas para stx1/stx2 e 8,3% para stx2. Em relação às amostras de leite cru e pasteurizados, todas foram negativas para stx. Observou-se no local que a ordenha era de forma manual, sendo realizada em condições precárias de higiene. Conclui-se que o gado bovino representa um importante reservatório de STEC. Contudo, não encontramos amostras de leite positivas para stx, sugerindo com isso a revisão da metodologia aplicada neste trabalho para identificação destes genes a partir de alimentos.