CONTAGEM DIRETA DE BACTÉRIAS DA CAVIDADE ORAL

Mayna da Silveira Gomide (UFJF); Fernanda Campos Machado (UFJF); Rosangela Almeida Ribeiro (UFJF); Dionéia Evangelista Cesar (UFJF)

A cavidade oral é considerada um ecossistema altamente diversificado, com variados habitats disponíveis para a colonização bacteriana. Desequilíbrios nesta microbiota podem gerar complicações, como a doença periodontal, que ocasiona gengivite e periodontite. A identificação das bactérias responsáveis por essas disfunções é comumente realizada através de cultivo, levando a uma subestimativa. Neste trabalho avaliamos dois métodos para contagem direta (centrifugação e ultrassom) de bactérias da saliva, do biofilme subgengival e do fluido do sulco gengival de gestantes usuárias do SUS, em Juiz de Fora, MG. Amostras da microbiota de três gestantes foram coletadas após assinatura de termo de consentimento. A saliva foi coletada com auxílio de uma pipeta automática (1 mL). O biofilme subgengival foi coletado com cureta de Gracy estéril, de um dos quatro primeiros molares, definido aleatoriamente, e transferido para um eppendorf vazio, pesado antes e após a coleta. O fluido do sulco gengival foi obtido pela inserção de um cone de papel, de 29 mm, durante 20 segundos, em outro primeiro molar. Todo o material foi centrifugado (10000 rpm) durante 5 minutos, 3 vezes, com retirada do sobrenadante. Amostras foram divididas em dois tratamentos (Centrifugado e Cetrinfugado/Sonicado). No Tratamento Centrifugado/Sonicado as amostras depois de centrifugadas foram sonicadas na amplitude de 110 mm, por 60 segundos, 3 vezes, com intervalos de 30 segundos. Todas as amostras foram filtradas em filtro de policarbonato (0,2mm), coradas com DAPI e analisadas em microscópio de epifluorescência. O Tratamento Centrifugado/Sonicado de todos os locais (saliva, biofilme e fluido) apresentou maior densidade bacteriana. No Tratamento Centrifugado da saliva foi encontrado em média 1,1x10⁶ céls/mL, enquanto no Tratamento Centrifugado/Sonicado, 2,77x10⁶ céls/mL. No biofilme foi observada a maior diferença entre os tratamentos, aproximadamente 35 vezes, demonstrando maior capacidade do ultrassom em romper a forte aderência entre os micro-organismos nessa estrutura. Fragmentos do cone dificultaram a contagem, mas ainda assim foi possível detectar a maior densidade no material sonicado, que foi 2,5 vezes maior. A combinação de centrifugação e ultrassom mostrou ser a técnica mais adequada para a extração de bactérias orais, uma vez que propiciou a observação de maior densidade bacteriana.