ESTABILIDADE DOS PIGMENTOS PRODUZIDOS POR MONASCUS PURPUREUS, EM CULTIVO SUBMERSO, TENDO COMO SUBSTRATO BAGAÇO DE CANA DE AÇÚCAR.
Silvana Silveira (UFRGS); Daniel Daroit (UFRGS); Adriano Brandelli (UFRGS)
Resumo
A substituição de corantes sintéticos por
naturais é uma tendência crescente na indústria de alimentos. Em comparação aos
corantes naturais de origem animal ou vegetal, os microrganismos se mostram fontes
de pigmentos mais atrativas, uma vez que não apresentam inconvenientes de
produção relacionados a variações climáticas, localização geográfica, e ainda,
possuem elevada produtividade. A utilização de pigmentos produzidos por fungos
do gênero Monascus em produtos
alimentícios é feita há séculos em países orientais. A obtenção de pigmentos
por M. purpureus através de cultivo
submerso, tendo como substrato bagaço de cana de açúcar é interessante do ponto
de vista econômico e ambiental, haja vista a crescente produção de cana de
açúcar no país. O presente trabalho teve como principal objetivo investigar a
produção de pigmentos por M. purpureus
utilizando bagaço de cana em combinação com diferentes fontes de nitrogênio.
Nas melhores condições de cultivo estabelecidas, avaliou-se, então, a
estabilidade dos pigmentos produzidos frente a diferentes temperaturas e
valores de pH. Peptona e proteína isolada de soja se mostraram as melhores
fontes de nitrogênio. Os pigmentos vermelhos de M. purpureus são estáveis na faixa de temperatura de 30-60 °C e
valores de pH próximos a neutralidade, no entanto, os pigmentos se mostraram
sensíveis a temperaturas maiores que 60°C e valores de pH abaixo de 4.0.