25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1976-1


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

PREVALENCIA E PERFIL DE RESISTENCIA AO FLUCONAZOL DE LEVEDURAS EM ASPIRADO TRAQUEAL DE RECÉM-NASCIDOS DA MATERNIDADE DARCY VARGAS - JOINVILLE/ SC

Carmen Diamantina Teixeira Heyder (UNIVILLE); Roseneide Campos Deglmann (UNIVILLE); Luis Fernando Mees (UNIVILLE); Luiz Gustavo Moraes (UNIVILLE)

Resumo

Recém-nascidos (RN) prematuros necessitam, com frequencia, de procedimentos invasivos como intubação, cateter vascular ou umbilical e outros que são associados a alto risco de infecção. A incidência de sepse fúngica vem aumentando nas unidades de terapia intensiva neonatal, sendo inversamente proporcional à idade gestacional e peso ao nascimento, encontrando-se Candida albicans e C. parapsilosis como causa da maioria das infecções fúngicas neonatais observando-se, nos últimos anos, um aumento nas infecções causadas por outras espécies do gênero, como C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. lusitaniae e C. guillermondii. No Brasil, infecções por C. parapsilosis foram descritas tanto em RN de muito baixo peso ao nascer como em adultos. A prevenção da fungemia nos RN pré-termo de alto risco tem sido realizada com fluconazol, embora exista a preocupação da emergência de cepas resistentes aos azóis com esta estratégia profilática. O estudo envolveu 34 RN com peso inferior a 1250g, nascidos na Maternidade Darcy Vargas de Joinville/ SC, no período de fevereiro a setembro de 2007, e teve como objetivo analisar a prevalência e o perfil de resistência ao fluconazol de leveduras isoladas em aspirado traqueal. Os resultados foram obtidos através do cultivo em ágar Sabouraud dextrose 4% com cloranfenicol e identificação com testes de assimilação e fermentação de fontes de carbono, filamentação em ágar fubá tween 80, produção de urease e testes de sensibilidade antifúngica com difusão radial em ágar e discos de fluconazol. Leveduras do gênero Candida estiveram presentes em 85% das amostras; foram isoladas 11 cepas de C. albicans, 9 de C. tropicalis, 8 de C. parapsilosis e uma de C. lusitaneae, evidenciando predomínio de Candida não-albicans em 62% dos casos. Todas as cepas foram sensíveis ao fluconazol in vitro e 25% das cepas de C. parapsilosis apresentaram sensibilidade intermediária. Concluimos que cepas de Candida não-albicans foram prevalentes no aspirado traqueal da população estudada, com C. albicans apresentando maior frequencia de isolamento quando comparada às demais espécies isolamente, e que há necessidade de monitoramento da sensibilidade ao fluconazol para garantir seu uso seguro como profilático.


Palavras-chave:  ASPIRADO TRAQUEAL, FLUCONAZOL, LEVEDURAS, RECEM-NASCIDOS