25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1972-1


Área: Microbiologia de Alimentos ( Divisão K )

CEPAS NÃO HEMOLÍTICAS DE LISTÉRIA MONOCYTOGENES ISOLADAS EM AMBIENTE DE ABATE DE FRANGOS ALTERNATIVOS

Cleise Oliveira Sigarini (FCA); Roberto de Oliveira Roça (FCA); Givago F Silva (UFMT); Valéria Dutra (UFMT); Luciano Nakazato (UFMT)

Resumo

1- INTRODUÇÃO

A toxina listerilisina O (LLO) confere o fenótipo hemólitico as UFC de Listeria monocytogenes. No entanto, algumas cepas de L. monocytogenes podem perder a capacidade de provocar hemólise em ágar sangue, por deleção do gene hlyA, responsável pela codificação da LLO, ou por incapacidade de expressar o mesmo.

Assim, esta pesquisa objetivou testar por ferramenta molecular as cepas identificadas como Listeria innocua por técnica tradicional, afim de verificar se estas cepas seriam na verdade de L. monocytogenes não hemolíticas.

2- MATERIAL E MÉTODOS

As amostras foram obtidas em diferentes etapas do fluxograma de abate de frangos alternativos.

Cento e sete (107) amostras identificadas como L. innocua de acordo com a metodologia tradicional, foram submetidas a pesquisa para confirmação da sensibilidade da metodologia de isolamento aplicada. Segui-se o protocolo estabelecido por Buenaventura, Jiwani e Liu (2006), com adaptações.

3- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Assim, 107 amostras suspeitas de L. innocua, pela técnica tradicional, 10 foram identificadas como L. monocytogenes pela técnica molecular de PCR.

A capacidade desta em provocar hemólise em ágar sangue está diretamente relacionado ao seu potencial patogênico. Segundo Portnoy et al. (1992), cepas de L. monocytogenes que não apresentam o gene hlyA, são 10 vezes menos patogênicos que as cepas que o possuem. Todavia, este fato não as torna de menor interesse em saúde pública. Apesar de potencial patogênico inferior, quando comparado com as cepas produtoras de LLO, ainda assim são potencialmente capazes de desencadear um quadro de listeriose.

Todas as cepas não hemolíticas identificadas nesta pesquisa apresentaram o gene hlyA em sua extrutura, indicando assim que a ausência de hemólise em ágar sangue estava relacionada a não expressão de tal gene, porém quando necessário o mesmo poderá ser utilizado.

4- CONCLUSÃO

A superioridade da técnica molecular frente a técnica tradicional para detecção dete patógeno, ratifica a necessidade da utilização de tal ferramenta em uma planta frigorífica, afim de identificar os focos de contaminação durante as etapas de abate e para que as medidas corretivas sejam aplicadas imediatamente. Tal técnica permite que lotes sejam exportados com maior segurança, evitando assim a devolução de lotes em virtude de resultados falsos negativos, quando esses são baseados exclusivamente por metodologia tradicional.


Palavras-chave:  abate de frangos, Listeria monocytogenes, carne