ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS DE HYMENAEA STIGONOCARPA FRENTE A MICRORGANISMOS MULTIDROGA RESISTENTES

Carla Soares (UFPE); Marcia Nascimento (UFPE); Eulalia Azevedo Ximenes (UFPE)

Hymenaea stigonocarpa Mart. é uma espécie da família Leguminosae-Caesalpiniaceae, que ocorre principalmente em todas as regiões do Brasil. É popularmente conhecido como jatobá do cerrado. A resina e a casca desta planta são utilizadas em infusos, xaropes e lavagens. Estas preparações são indicadas para o tratamento de doenças do trato respiratório, geniturinário e dérmico. Diante destas propriedades farmacológicas, o presente trabalho teve por objetivo determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos extratos hidroalcoólico, ciclo-hexânico e acetato de etila obtidos a partir da casca do caule de Hymenaea stigonocarpa coletado município de Caxias, Maranhão. O método de micro diluição em meio liquido preconizado pelo CLSI e amostras de P. aeruginosa (10) e S. aureus (10) com perfis de resistência foram utilizados. O extrato bruto foi obtido por maceração em etanol a 95%. Posteriormente, este extrato foi submetido à partição líquido/líquido com ciclo-hexano e acetato de etila. Estes solventes foram evaporados e os materiais resultantes foram analiticamente pesados e solubilizados em um sistema composto por DMSO/Tween80/água (1:1:8) de forma a obter soluções padronizadas de concentração 1000μg/mL. Estas soluções foram esterilizadas por filtração e 200μL depositadas em microplacas. Em seguida estes extratos foram diluídos em meio líquido Mueller-Hinton de forma a obter concentrações que variaram de 1000-7,81 μg/mL. Os inocula foram oriundos das culturas dos microrganismos em fase exponencial de crescimento e padronizados em 104 UFC/poço. As placas foram incubadas a 37°C por 24h. A revelação do crescimento bacteriano ou da inibição foi realizada pela adição de uma solução aquosa de cloridrato de 2,3,5 trifenil tetrazólio (TTC) a 0,5%. As amostras de S. aureus mostraram-se mais sensíveis à ação dos extratos de Hymenaea stigonocarpa que as de P.aeruginosa. Os valores de CIM foram em média de 106,78 μg/mL para o extrato hidroalcoólico e inferior a 7,81 μg/mL para o extrato acetato de etila e ciclo-hexânico. Todos os extratos foram capazes de inibir as amostras de P.aeruginosa cuja CIM foi da ordem de 76,39 μg/mL para o extrato hidroalcoólico, 50,35 μg/mL para o extrato acetato de etila e 45,14 μg/ mL para o extrato ciclo-hexânico. Estes resultados mostram que este extrato apresenta uma atividade direcionada aos microrganismos Gram-positivos.