25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:1949-1


Área: Virologia ( Divisão P )

AVALIAÇÃO DA PROTEÍNA VERDE FLUORESCENTE COMO MARCADOR DE SELEÇÃO PARA A GERAÇÃO DE VACINAS RECOMBINANTES BASEADAS NA PLATAFORMA MVA

Danielle Soares de Oliveira Daian (UFMG); Flávio Guimarães da Fonseca (UFMG); Tânia Mara Pinho (UFMG); Daniele da Glória de Souza (UFMG)

Resumo

O presente estudo aborda o processo metodológico de construção de um vetor viral recombinante baseado na estrutura gênica do vírus Vaccínia de Ankara Modificado (MVA), capaz de expressar a proteína verde fluorescente (GFP) em cultura celular, bem como a análise imunogênica do vírus construído através de um protocolo de imunização prime em camundongos BALB/c. O vetor MVA recombinante foi construído com base na recombinação homóloga do vírus em células infectadas, na presença do plasmídeo de transferência pLW-44, contendo o cDNA codificador do gene da proteína verde fluorescente. A recombinação homóloga entre pLW-44 e MVA foi efetivada em células fibroblásticas de embriões de galinha (CEFs), da qual originou-se o vírus recombinante MVA-GFP. A progênie recombinante foi selecionada do vírus parental, amplificada e titulada em células CEFs, sendo posteriormente purificada para utilização nos ensaios de imunização. A seleção dos clones virais foi realizada através da visualização da expressão da proteína GFP, que emite fluorescência quando excitada sob luz de comprimento de onda adequado (filtro FITC). A eficiente expressão desta proteína permitiu que os focos de infecção viral fossem identificados nas culturas celulares infectadas com MVA-GFP e então selecionados dos vírus parentais ainda presentes no processo infeccioso. Camundongos BALB/c foram imunizados com o vetor recombinante, bem como com o vetor MVA parental, sendo submetidos á necropsia para coleta de material para análise com 24 e 72 hrs de infecção. O ensaio de Quantificação da Mieloperoxidase (MPO) não demonstrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Resultados também observados nos ensaios das transaminases hepáticas TGO e TGP. A ausência do cDNA codificador de GFP no vírus MVA dificultaria o processo de visualização e análise do ciclo de multiplicação do mesmo, tendo em vista que o vírus Vaccínia de Ankara Modificado não produz efeito citopático significativo em células infectadas com baixa multiplicidade de infecção (MOI). Os resultados estatísticos não significativos para MPO, TGO e TGP indicam, respectivamente, o recrutamento mínimo de neutrófilos inflamatórios, e alterações hepáticas ínfimas, sugerindo uma baixa imunogenicidade do vetor construído. Assim, a molécula de GFP representa uma alternativa segura e viável para utilização como marcadora de seleção positiva em possíveis vacinas recombinantes.


Palavras-chave:  Imunogenicidade, Proteína Verde Fluorescente (GFP), Recombinante, Seleção Viral, Vírus Vaccínia de Ankara Modificado(MVA)